29 de abril de 2018

Lição 6 - Ética Cristã e Suicídio


TEXTO ÁUREO
"O ladrão não vem senão a roubar, a matar e o destruir; eu vim paro que tenham vida e a tenham com abundância." (Jo 10.10)
VERDADE PRÁTICA
O início e o término de nossa vida são prerrogativas exclusivas de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Jz 16.28-30: Sansão não se suicidou, mas morreu em combate
Terça – Mt 27.4,5; At 1.8: Judas Iscariotes, tomado de remorsos, dá fim a própria vida
Quarta – Sl 100.3: Foi Deus quem deu a vida e, portanto, a vida pertence a Ele
Quinta – Ec 3.2: Deus é quem determina o nosso nascer e morrer
Sexta – Jo 15.13: O maior amor é o que entrega 3 vida em favor do outro
Sábado – Jo 10.15: Cristo entregou a sua vida pela suas "ovelhas"

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Samuel 31.1-6
1 OS filisteus, pois, pelejaram contra Israel; e os homens de Israel fugiram de diante dos filisteus, e caíram mortos na montanha de Gilboa.
2 E os filisteus perseguiram a Saul e a seus filhos; e mataram a Jônatas, e a Abinadabe, e a Malquisua, filhos de Saul.
3 E a peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram; e muito temeu por causa dos flecheiros.
4 Então disse Saul ao seu pajem de armas: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que porventura não venham estes incircuncisos, e me atravessem e escarneçam de mim. Porém o seu pajem de armas não quis, porque temia muito; então Saul tomou a espada, e se lançou sobre ela.
5 Vendo, pois, o seu pajem de armas que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada, e morreu com ele.
6 Assim faleceu Saul, e seus três filhos, e o seu pajem de armas, e também todos os seus homens morreram juntamente naquele dia.
HINOS SUGERIDOS: 73, 75, 495 DA HARPA CRISTÃ

 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Descrever o suicídio nas Escrituras e no mundo;
- Elencar os tipos de suicídios;
- Apontar os posicionamentos teológico e ético a respeito do suicídio.
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Há dados alarmantes a respeito do suicídio. Está mais do que na hora de considerarmos este assunto de acordo com a seriedade que ele requer.

Não é de hoje que o suicídio tem sido um fato que perpassa a realidade de muitas igrejas locais. São membros, que infelizmente, dão cabo da própria vida. Outros, são pastores experimentados no ministério, que não suportando o sofrimento, põem fim a própria existência.

Esse problema é um drama que tem ligação direta com os transtornos de humor, manifestados na depressão, no transtorno de ansiedade, nas esquizofrenias, dentre outros, como revelou uma pesquisa médica recente.

O mais dramático é que esses transtornos têm tratamento adequado por intermédio de medicamentos e de terapias profissionais. Ore ao Senhor e peça sabedoria do alto para que, se for o caso, oriente as pessoas que porventura vivem o "calabouço" da depressão a procurarem ajuda profissional, paralelo à terapia espiritual. Tal orientação pode salvar vidas.

Boa aula!
INTRODUÇÃO
A expressão "suicídio" vem do Latim sui (a si mesmo) e caedere (matar, cortar) que significa "matar a si mesmo", também conhecida como "morte autoinfligida". Essa prática tem sido um mal silencioso e o índice de pessoas que se suicidam vem crescendo assustadoramente. Nesta lição, estudaremos o suicídio nas Escrituras e no mundo, seus tipos e o posicionamento cristão quanto ao tema.

PONTO CENTRAL
Deus é quem deve ter a última palavra a respeito da vida.

l - O SUICÍDIO NAS ESCRITURAS E NO MUNDO
As Escrituras registram seis casos de suicídio: cinco no Antigo Testamento e um no Novo. Em situação de conflito, homens se desesperam e tiram a própria vida no mundo todo.

1. No Antigo Testamento.
A história de Sansão mostra que a tarefa dele era a de derrotar os filisteus (Jz 13.5). Mas ele revelou o segredo  de sua força e foi preso. Decidido a cumprir sua missão, na festa a Dagon, derrubou o templo sobre si e seus inimigos (Jz 16.30). Entretanto, esta ação é vista como sacrifício de guerra e não suicídio. Por isso, Sansão aparece na lista dos heróis da fé (Hb 11.32-34).

Outro registro é o caso de Saul e de seu escudeiro. O primeiro rei em Israel rejeitou o Senhor e buscou o ocultismo (l Sm 28.7). Acuado na peleja contra os filisteus, Saul lançou-se sobre a própria espada e seu auxiliar fez o mesmo (1Sm 31.4,5). O quarto caso foi o de Aitofel, conselheiro de Absalão, que não suportou ter o seu conselho rejeitado e se enforcou (2 Sm 17.23). O quinto registro é o do rei Zinri, que derrotado e apavorado, tirou a própria vida (l Rs 16.18,19). Exceto Sansão, tais homens, motivados pelo orgulho, escolheram a morte em lugar de confiarem em Deus. Aliás, podemos dizer que Sansão morreu em combate.

2. No Novo Testamento.
O mais emblemático caso é o suicídio de Judas Iscariotes. Ele fizera parte do colegiado apostólico (Lc 6.16). Sua função de tesoureiro requeria integridade (Jo 13.29). No entanto, ele furtava as ofertas que eram lançadas na bolsa (Jo 12,6). Sua ambição por dinheiro foi uma das motivações para entregar Jesus (Mc 14.11). Culpado por trair um inocente, enforcou-se (Mt 27.4,5) e como resultado: "precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram" (At 1.18). Cristo já o tinha alertado, "ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído!" (Mc 14.21), porém. Judas não resistiu ao Diabo nem teve a humildade para buscar o perdão do Senhor. Ele preferiu o suicídio a corrigir o erro. Em nossos dias, a banalização da vida e da fé tem contribuído para comportamentos similares e consequente queda espiritual de pessoas.

3. O suicídio no mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as mortes por suicídio aumentaram 60% nas últimas cinco décadas. Quase um milhão de pessoas tiram a própria vida todos os anos e cerca de outros vinte milhões tentam ou pensam em suicídio. Para cada suicídio, cerca de seis a dez outras pessoas são diretamente afetadas. Na maioria dos países desenvolvidos, o suicídio é a primeira causa de morte não natural. Desde 2015, as autoridades iniciaram o movimento "setembro amarelo", que é estimulado pela Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio (IASP). O movimento consiste em sinalizar locais públicos com faixas ou símbolos amarelos
CONHEÇA MAIS
Lançando a ansiedade sobre Cristo
"A Bíblia manda lançar todas as ansiedades sobre o Senhor e não na morte (l 3o 1.7; l Pé 5.7). A Palavra de Deus nos incentiva a exercitar a fé, colocando sobre Deus os nossos cuidados, ansiedades e sofrimentos. Diz a Palavra: 'Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e os nossos dores levou sobre si...' (Is 53.4a - ênfase minha). Cristo levou nossas dores sobre si. Isso nos dá o conforto e a segurança de que, pela fé, nossas dores foram Lançadas sobre Ele." Para conhecer mais leia "Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo", CPAD, p.145.

SÍNTESE DO TÓPICO l
O suicídio aparece nas Escrituras Sagradas e reflete-se no mundo de hoje.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Pesquise notícias em revistas ou jornais sobre pessoas famosas que suicidaram-se. Leve esses recortes para a sala de aula. Após introduzir o primeiro tópico, apresente as reportagens. Mas antes, elabore algumas perguntas-tais como: O que faz uma pessoa famosa tirar a própria vida?
Por que pessoas que aparentemente não têm falta de nada tiram a própria vida? - para serem feitas após a apresentação da reportagem. Dirija essas perguntas à classe e aguarde as respostas. Conclua a atividade mostrando que as circunstâncias do cotidiano da vida muitas vezes mascara o que realmente as pessoas estão vivendo, Encerre lendo o trecho bíblico que diz: "Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou que daria o homem pelo resgate da sua alma?" (Mc 8.36,37).

II – TIPOS DE SUICÍDIOS
Os tipos de suicídio podem ser classificados em convencional, pessoal e sacrificial. Neste tópico veremos suas principais implicações.

1. Suicídio convencional.
Dá-se o nome de "convencional" ao suicídio provocado pela tradição cultural ou coerção do grupo social. Entre os esquimós, por exemplo, é tolerado e esperado o suicídio de incapacitados e idosos. No Japão a prática dohara-kiri expressava o orgulho do suicida em escapar de alguma situação intolerável e era visto como um ato de nobreza. Em maio de 2007, ao ser investigado por corrupção, o Ministro da Agricultura do Japão sentiu-se extremamente envergonhado e cometeu o suicídio por enforcamento. Em 2014, a taxa média de suicídios no Japão era de 70 pessoas por dia. Especialistas costumam citar a antiga tradição de "suicídio em nome da honra" para explicar que razões culturais tornaram os japoneses mais propensos à morte autoinfligida.

2. Suicídio pessoal.
Praticado por iniciativa individual, sem a influência de tradição cultural. As motivações para este tipo de suicídio são variadas e muitas vezes não é possível apontar causas aparentes. Contudo, o suicídio é considerado uma fuga radical e permanente dos problemas da vida, tais como dificuldades financeiras, desilusões amorosas, sentimentos de culpa, depressão, neuroses, desequilíbrios mentais e espirituais, e outros. Tais pessoas, desprovidas de fé e de esperança, em um ato de desespero atentam contra a própria vida. Dados oficiais indicam que 32 brasileiros cometem suicídio a cada dia. Esse índice é superior as mortes causadas pela AIDS e pela maior parte dos tipos de câncer.

3. "Suicídio" sacrificial. 
Também conhecido como "morte em prol dos outros". Trata-se da tentativa altruísta de alguém salvar a vida alheia em detrimento da sua própria. Neste caso enquadra-se o bombeiro, que ao entrar no fogo, acaba morrendo como resultado de sua ação ou o salva-vidas que se afoga ao entrar na água para salvar o outro. Também o profissional ou voluntário que perde a vida combatendo o crime ou socorrendo as vítimas de acidentes e de emergências. Nessas circunstâncias, a morte de quem arrisca a vida em favor do próximo não é suicídio, mas um ato de amor. Cristo disse que ninguém tem maior amor do que este: "de dar alguém a sua vida pelos seus amigos" (Jo 15.13). O próprio Senhor entregou a vida dEle por nós por meio de um sacrifício amoroso (Jo 10.15).

SÍNTESE DO TÓPICO II
Os tipos de suicídios podem ser denominados "convencional", "pessoal" e "sacrificial".

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O suicídio de Abimeleque.
A história de Abimeleque, que viveu nos inícios do século XIII a.C, ilustra muito bem a natureza ilusória, egoísta e perversa do suicídio. Filho bastardo de Gideão, insurge-se logo após a morte do pai. Já em Ofra, com a ajuda de uns homens levianos e maus, mata traiçoeiramente seus irmãos (Jz 9.5). O único a escapar foi Jotão que, para denunciar o cruel assassino, profere um lindíssimo apólogo. Em seguida, Abimeleque sai a arrebanhar os israelitas, a fim de fazer-se rei daquelas terras. Não demorou muito e, agora, erguia-se como um dos maiores vilões das crónicas hebreias.

Apesar de alguns sucessos iniciais, seus empreendimentos começam a malograr. Pouco a pouco, vai perdendo o apoio do povo que, alertado pela fábula de Jotão, revolta-se e expõe-lhe a tirania. Assim, vê-se obrigado a travar algumas batalhas desgastantes e renhidas que, dia a dia, vão desprotegendo-o. Ao sitiar a cidade de Tebes, que ficava na região de Manassés, 'certa mulher lançou uma pedra superior de moinho sobre a cabeça de Abimeleque e lhe quebrou o crânio (Jz 9.53). Gravemente ferido, mas ainda orgulhoso e soberbo, ordena ao escudeiro: Desembainha a tua espada e mata-me, para que não se diga de mim: Mulher o matou', O seu companheiro de guerra não lhe questiona a ordem nem levanta questão ética alguma. Antes, o moço o atravessou, e ele morreu' (Jz 9.54). Com sua morte, a nação de Israel é novamente pacificada.

Na conclusão da história, somos obrigados a perguntar: Por que Abimeleque requereu a eutanásia [ou suicídio]?

O motivo ele mesmo o declara: 'Para que não se diga: Mulher o matou'. Ele não procurou fugir à dor, mas escapar à vergonha. Não matara ele tanto homens? Por que morrer, agora, às mãos de uma mulher? Portanto, a morte ser-lhe-ia boa e até suave não por que o livraria da dor, mas por que o libertaria da ignomínia. Parte dos que defendem a eutanásia não temem propriamente os desconfortes e as aflições de uma morte lenta e excruciante; o que mais os assusta é depender dos que, até então, deles dependiam (ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.114,15).

III – O POSICIONAMENTO CRISTÃO PARA O SUICÍDIO
A posição teológica e a ética do cristão são desfavoráveis à prática do suicídio por afrontar a soberania divina.

1. O posicionamento teológico.
O cristão se posiciona contra o suicídio fundamentado no sexto mandamento do Decálogo: "Não matarás" (Êx 20.13). O princípio que proíbe o homem de assassinar o outro, também o proíbe de "assassinar" a si mesmo. A vida humana é uma dádiva divina e, portanto, pertence a Deus (SI 100.3). O Criador é quem determina o início e o término da vida, não a criatura (Ec 3.2). É Deus quem estabelece quando e como a vida deve cessar, seja por doença, velhice ou acidente. Por conseguinte, o fim da vida está sob a presciência e soberania divina.

2. O posicionamento ético.
A posição da Ética Cristã é contrária ao suicídio pelos seguintes e principais motivos:
a) o suicídio implica banalizar a vida e afrontar a soberania divina; b) o suicida viola o mandamento de amar "o próximo como a si mesmo";
c) o suicídio é um ato egoísta de quem pensa em aliviar seu sofrimento sem se importar com os outros;
d) suicidar-se denota inversão dos valores da vida e falta de confiança em Deus;
e) o suicídio é um gesto de ingratidão que interrompe o ciclo e a missão da vida outorgada por Deus. Mercê dessa posição a igreja precisa ajudar as pessoas a não sucumbirem diante desse mal.

SÍNTESE DO TÓPICO III
O posicionamento do cristão diante do suicídio tem um aspecto teológico e outro ético.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor (a), exponha o aspecto teológico e ético das implicações do suicídio deixando claro que não é a vontade do Pai que tal mal suceda à pessoa e sua família. Como igreja de Deus, somos convocados a militar pela vida. Levar esperança às pessoas angustiadas é a missão do seguidor de Jesus. Deixe claro que vivemos num mundo onde as pessoas estão cada vez mais vazias: só Cristo pode preencher esse vazio. Proclamemos a salvação de Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
O aumento do suicídio é resultado da ideologia que enaltece a criatura em lugar do Criador. Quando o homem evoca autonomia sobre o próprio corpo e a vida, desprezando e afrontando a soberania divina, graves e funestas consequências ocorrem. Ávida só tem sentido quando está sob o controle irrestrito de seu Criador (Is 41.13).

PARA REFLETIR
A respeito do tema "Ética Cristã e Suicídio", responda:

 Cite ao menos, dois casos de suicídio no Antigo Testamento e explique o porquê do caso de Sansão não ser considerado suicídio.
O caso de Saul e o caso de Aitofel. Decidido a cumprir sua missão, na festa a Dagon, derrubou o templo sobre si e seus inimigos (Jz 16.30). Entretanto, esta açãé vista como sacrifício de guerra e não suicídio. Por isso, Sansão aparece na lista dos heróis da fé (Hb 11.32-34).

 Quais foram as motivações de Judas em entregar Jesus?
Sua ambição por dinheiro foi uma das motivações para entregar Jesus (Mc 14.11).

 Mencione os três tipos de suicídios classificados oficialmente.
Suicídio convencional, pessoal e sacrificial.

Qual deve ser o posicionamento teológico do cristão em relação ao suicídio?
O cristão se posiciona contra o suicídio fundamentado no sexto mandamento do Decálogo: "Não matarás" (Êx 20.13).

Qual deve ser o posicionamento ético do cristão em relação ao suicídio?
A posição da Ética Cristã é contrária ao suicídio pelos seguintes e principais motivos: a) banalização da vida; b) violação do mandamento do amor; c) um ato egoísta; d) falta de confiança em Deus; e) um gesto de ingratidão.
Fonte: Lições Bíblicas 2° trimestre de 2018, Adultos – CPAD| 
Divulgação: http://escolabiblicadominicalbr.blogspot.com.br

Lição 5 - Ética Cristã, Pena de Morte e Eutanásia


TEXTO ÁUREO
"O SENHOR é o que tira a vido e a dá; faz descer à sepultura e faz tomar a subir dela." (1 Sm 2.6)
VERDADE PRÁTICA
A pena de morte e a eutanásia violam a soberania divina. A vida foi dada por Deus e, portanto, pertence a Ele.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Gn 9.5,6: O homicida não fica impune diante de Deus
Terça – 2Sm 12.13: Deus livra a Davi da morte
Quarta – Cl 1.16,17: Deus é o Criador e o sustentador de todas as coisas
Quinta – Jó 2.9,10: Jó rejeita a eutanásia e decide passar pelo sofrimento
Sexta – 2Pe 1.3: A vida humana é uma dádiva divina
Sábado – Dt 32.39: Deus está no controle da vida humana
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 13.3-5; 1Samuel 2.6,7; João 8.3-5,7,10,11
Romanos 13.3-5
3 Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela.
4 Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.
5 Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
1Samuel 2.6,7
6 O SENHOR é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela.
7 O SENHOR empobrece e enriquece; abaixa e também exalta.

João 8.3-5,7,10,11
3 E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério;
4 E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
5 E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
7 E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
10 E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
11 E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.

HINOS SUGERIDOS: 7, 111,310 DA HARPA CRISTÃ

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Mostrar a perspectiva bíblica acerca da pena de morte;
- Expor o conceito e as implicações éticas da eutanásia;
- Conscientizar sobre o aspecto sacro da vida.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O assunto que vamos estudar nesta lição mexe com as emoções das pessoas. Perguntas como estas dão a dimensão do drama do tema: "Não seria justo que uma pessoa que mata, também morra?" "Como não pensar em pôr fim ao sofrimento intenso da pessoa que amamos?" Essas questões tocam a nossa alma e precisamos reconhecer que, por envolver o sentimento de justiça ou o de apego ao ente querido, torna-se um problema da Ética Cristã.


Por isso, professor (a), busque se informar bem acerca do caráter técnico do assunto. Temos bons livros que aprofundam muito a reflexão bíblica acerca dessas questões difíceis. Que o Senhor ilumine o teu ministério!

INTRODUÇÃO

A vida humana é o ponto de partida para os demais direitos da pessoa. Se o direito à vida não estiver assegurado torna-se impossível a existência dos outros valores. No entanto, em contradição a este pressuposto, temas relacionados à punição com pena de morte e o direito à eutanásia são frequentemente discutidos e aceitos na sociedade atual. Nesta lição estudaremos a presença da pena capital em ambos os testamentos bíblicos, a prática da eutanásia e suas implicações éticas na vida do ser humano.

PONTO CENTRAL
A vida humana é sagrada.
I - A PENA DE MORTE NAS ESCRITURAS
O Antigo Testamento prescreve a pena de morte. O Novo Testamento reconhece a existência da pena capital, mas não normatiza o assunto.

1. No Antigo Testamento.
No pacto com Noé e na Lei de Moisés a pena de morte aparece como punição retributiva: "sangue por sangue e vida por vida" (Gn 9.6; Êx 21.23). Um dos propósitos era punir com a morte o culpado por assassinato premeditado (Êx 21.12). Essa prescrição não contraria o sexto mandamento, pois o verbo hebraico rãtsah presente na expressão "Não matarás" (Êx 20.13), significa "não assassinarás", isto é, proíbe efetivamente o homicídio doloso ou qualificado.

Então, ao indivíduo era proibido matar, e, quando alguém matava, a lei exigia que o Estado fizesse justiça. Para o devido processo legal ao menos duas testemunhas eram requeridas para a efetivação do processo (Dt 17.6). Assim, a morte do homicida era vista como justiça contra a impunidade. Porém, havia exceções. Quando Davi adulterou e premeditou a morte de Urias, a pena não foi aplicada ao monarca (2Sm 11.3,4,15; 12.13). Neste caso. Deus tratou pessoalmente do pecado do Rei (2Sm 12.10-12).

2. No Novo Testamento.
 Aos Romanos, Paulo constata a legalidade da pena de morte e a legitimidade do Estado em usar a espada como punição ao transgressor (Rm 13.4). No entanto, o apóstolo não normatiza a aplicação da pena, não ordena e nem proíbe, apenas reconhece a existência da lei como dispositivo punitivo.
 
O evangelista João registrou o caso da mulher apanhada em adultério (Jo 8.4). Os escribas e fariseus exigiram o parecer de Jesus sobre a aplicação da pena de morte para a adúltera (Jo 8.5). Entretanto, os acusadores comportaram-se de modo parcial trouxeram somente a mulher para ser julgada, enquanto a lei exigia a presença das testemunhas e também do adúltero (Nm 35.30; Lv 20.10). Cristo se recusou a participar deste juízo temerário e ilegítimo. Absolveu a mulher da punição, a perdoou e a exortou a deixar o pecado (Jo 8.11).

SÍNTESE DO TÓPICO l
As Escrituras Sagradas prescrevem a pena capital, mas não a normatiza. Jesus Cristo deve ser o ponto reparador desse assunto.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Infelizmente, está na moda tomarem o exemplo do perdão de Jesus para justificar uma pessoa que vive na prática do pecado. Não por acaso, é comum em nome do "amor" defenderem, por exemplo, urna pessoa na prática da prostituição. Anunciar o Evangelho de amor sem o apelo ao arrependimento de pecado não é apresentar o Evangelho inteiro. Nesse sentido, a Bíblia de Estudo Pentecostal contribui muito sobre o tema: "NEM EU TE CONDENO.

A atitude de Jesus para com essa mulher revela seu propósito redentor para a humanidade (3.16). Ele não a condena como pessoa indigna do perdão, mas a trata com bondade, clemência e paciência, para levá-la ao arrependimento. Há salvação para ela, uma vez que renuncie ao adultério e volte para seu próprio marido (Lc 7. 47).
(1) Seria, no entanto, mais do que blasfémia dizer que estas palavras de Cristo mostram que Ele considera trivial o pecado de adultério e a indescritível mágoa e miséria que ele provoca para os pais e seus filhos.

(2) O que Cristo ofereceu a essa mulher foi a salvação e o livramento da sua vida de pecado (v.11), A condenação e a ira de Jesus seriam 3 porção futura, caso ela recusasse a arrepender-se e ingressar no reino de Deus (Rm 2.1-10)" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1588).

II - EUTANÁSIA: CONCEITOS E IMPLICAÇÕES

1. O conceito de eutanásia.
Etimologicamente a palavra "eutanásia" tem origem em dois termos gregos: eucom o significado de "boa" ou "fácil" e, thánatos, que significa "morte". A junção destes dois termos resulta na expressão "boa morte", também conhecida como "morte misericordiosa".

O vocábulo foi inicialmente usado pelo filósofo inglês Francis Bacon (1561-1627). No sentido técnico, a "eutanásia" significa antecipar ou acelerar a morte de pacientes em estágio terminal ou que estejam padecendo de dores intensas em consequência de alguma doença incurável. É o ato de matar o doente para não prolongar o grave quadro de seu sofrimento e de seus familiares. As formas usadas podem ser classificadas em eutanásia passiva ou ativa. A primeira consiste em desligar as máquinas e aparelhos que mantém o paciente vivo e a segunda requer a aplicação de qualquer droga que possa acelerar o processo de morte.

2. As implicações da eutanásia.
A prática da eutanásia tem implicações de ordem Legal, moral e ética. Nos aspectos legais, a Constituição Brasileira assegura a "inviolabilidade do direito à vida" (Art. 5°). Assim, a "eutanásia" é tipificada como crime no Código Penal Brasileiro (Art. 122). No entanto, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei n° 236/12 (Novo Código Penal) onde o juiz poderá deixar de aplicar punição para quem cometer a eutanásia seja ela passiva ou ativa. Nas questões de ordem moral nos deparamos com a violação do sexto mandamento "Não matarás" (Êx 20.13), e, quando a "eutanásia" é consentida pelo paciente, surge o problema do pecado de suicídio. Pergunta-se ainda:
a quem mais interessa a eutanásia?
Ao paciente ou ao seu Plano de Saúde?
As motivações parecem ser mais económicas que humanitárias.

As indagações éticas podem ser assim resumidas:
É lícito exterminar pessoas doentes?
Quem tem poder para decidir sobre a morte?
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Mostremos, pois, que Deus tem um firme compromisso com a pessoa humana, desde a concepção à morte natural Nesses tempos difíceis e trabalhosos, que jamais nos refugiemos no politicamente correto. Antes, explicitemos a nossa posição como saí da terra e luz do mundo. Todos haverão de saber que somos contra o aborto e a eutanásia, pois a vida é sagrada aos olhos de Deus.
Se a Bíblia em algum momento fala de uma morte boa e desejável, certamente não é a eutanásia. A única morte desejável e boa que encontramos na Palavra de Deus é o morrer na esperança cristã, conforme realça o apóstolo Paulo: 'Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro'(Fp 1.21) (ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.59).

CONHEÇA MAIS
O conceito de morte
Morte. Os dicionários definem a morte como a cessação definitiva da vida. O fim da existência humana, porém, não cabe numa definição tão simplista. No campo da ética, somos constrangidos a lidar com uma questão intrigante e perturbadora: Será que a pessoa encerra-se apenas quando seus sinais vitais já não são percebidos? A questão é complexa. Os dilemas éticos daí decorrentes obrigam-nos a constatar a falência encefálica de um enfermo antes mesmo da cardíaca. Para conhecer mais leia "As Novas fronteiras da Ética Cristã", CPAD, p.105.

III – A VIDA HUMANA PERTENCE A DEUS

1. A fonte originária da vida.
A Bíblia ensina que Deus trouxe o universo à existência (Gn 1.1) e que Ele próprio sustenta todas as coisas (Hb 1.3). Deus não criou somente a matéria, mas criou também toda a espécie de seres vivos, bem como o ser humano (Gn 1.21-27; Cl 1.16).

A humanidade, como obra prima, é uma criação especial e distinta. Deus a criou sua imagem e semelhança (Gn 1.27), característica não dada a outra criatura. A vida humana passou a existir por causa da vontade do Altíssimo, bem como permanece agora: "todas as coisas subsistem por Ele" (Cl 1.17). O Criador tem o controle soberano de toda a vida (Dt 32.39; Lc 12.7), e esta tem origem Nele: "pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração e todas as coisas" (At 17.25). Portanto, o Deus vivo é a fonte originária da vida e só Ele tem autoridade exclusiva para concedê-la ou tirá-la (1Sm 2.6).

2. O caráter sagrado da vida.
A vida humana é sagrada porque a sua origem é divina. Por conseguinte, existe a proibição de alguém tirar intencionalmente a vida de outro ser humano (Êx 20.13). A dignidade da vida humana deve ser protegida e preservada antes e depois do nascimento, desde o momento da concepção até o seu último instante de vida (SI 139-13-16; 116.15). A vida deve ser respeitada e valorizada como dádiva divina (2 Pe 1.3). No caso de alguma enfermidade, o paciente tem o direito de receber tratamento adequado tanto na busca da cura como no alívio de suas dores. Procedimentos dolorosos e ineficazes podem ser evitados a fim de resguardar a dignidade humana, porém, exterminar a vida é uma afronta ao Príncipe da Vida (At 3.15). Se a vida é sagrada por ocasião da concepção, logo, não poderá deixar de sê-La em seu derradeiro dia. Buscar a morte como alívio para o sofrimento é decisão condenada nas Escrituras. Jó, por exemplo, embora sofrendo dores terríveis, reconheceu o caráter sagrado da vida e não aceitou a sugestão de sua esposa em amaldiçoar a Deus e morrer (Jó 2.9). Por fim, o patriarca enalteceu a soberania divina sobre a existência humana (3042.2).
SÍNTESE DO TÓPICO III
A fonte originária da vido é Deus, e por Isso, ela é sagrada.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A vida humana é sagrada porque sua fonte originária é Deus. Essa perspectiva deve ser encarada pelo crente, não somente no início da vida e no final dela, mas nela toda, pois "não podemos nos conformar com uma ética que se chama cristã e que se preocupa simplesmente em construir pessoas abstêmias e castas, ou que lute e defenda a vida apenas em seu início (contra o aborto) ou no fim (contra a eutanásia). Precisamos de uma ética que se preocupe com a vida em sua integralidade, durante toda a existência da pessoa. Somente uma 'ética do cuidado', lembrando-nos de que o 'cuidado que Cristo tem para com toda a humanidade é, agora, o cuidado que a pessoa cristã tem para com todo ser humano e com toda a criação', que valoriza a vida acima das coisas, é digna de nossa observação e prática, posto que esta é uma Ética de Cristo, que nos transforma em 'Cristo para os outros', para o próximo e, sobretudo, ao necessitado" (CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã: Noções Básicas da Ciência do Educação a Pessoas não Especializados. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.84).

CONCLUSÃO
A vida humana, sua sacralidade e dignidade, têm origem em Deus.
Atentar contra esse dom divino é colocar-se contra a soberania de Deus, o autor da vida. O poder absoluto sobre a vida e a morte pertence a Deus. A atual ideologia que propaga o direito do homem em exterminar a própria vida, ou a do outro, viola o propósito divino (Jo 10.10).

PARAREFLETIR
A respeito do tema "Ética Cristã, Pena de Morte e Eutanásia", responda:

• Para o efetivo processo legal da pena de morte no Antigo Testamento, o que era necessário?
Para o devido processo legal ao menos duas testemunhas eram requeridas para a efetivação do processo (Dt 17.6).

• o que Paulo constatou, segundo a Epístola aos Romanos?
Aos Romanos, Paulo constata a legalidade da pena de morte e a legitimidade do Estado em usar a espada como punição ao transgressor (Rm 13.4).

• Quais implicações a eutanásia tem?
A prática da eutanásia tem implicações de ordem legal, moral e ética.

• O que a Bíblia ensina em relação à fonte originária da vida?
A Bíblia ensina que Deus trouxe o universo à existência (Gn 1.1) e que Ele próprio sustenta todas as coisas (Hb 1.3).

• Segundo a lição, por que a vida humana é sagrada?
A vida humana é sagrada porque a sua origem é divina.

Fonte: Lições Bíblicas 2° trimestre de 2018, Adultos – CPAD| 
Divulgação:http://escolabiblicadominicalbr.blogspot.com.br