SUBSÍDIO DIDÁTICO
A santidade na vida prática (12.14)
A santidade não é algo opcional ou extra na vida cristã, mas algo que pertence à sua essência. Somente aqueles que têm o coração puro verão a Deus; ninguém mais (Mt 5.8), Aqui (Hb 12.14), como no verso 10, trata-se da santidade na vida prática. Deste modo, 12.14 começa exortando os crentes a procurarem verdadeiramente a paz e a santidade como estilo de vida. Fazer todo o esforço possível (dioko) transmite a ideia da diligência na busca da paz e da santificação, e não um esforço que produz obras mortas e justiça própria.
Muitos intérpretes entendem a busca da 'paz' em 12,14 como se referindo à paz com todos (como na NVI), A preposição grega neste verso, é meta com o genitivo, que traz um sentido de 'junto com' (cf. 11.9; 13.23). Deste modo, o termo 'todos' significa especialmente junto com 'todos os outros crentes' (cf, 13.24), que também estão sendo exortadas a procurar a paz de Cristo na comunidade. Corno um objeto direto do verbo dioko, a paz é vista como uma realidade objetiva ligada a Cristo e à sua morte redentora na cruz, que torna possível a harmonia e a solidariedade na comunidade cristã (cf. Cl 1.20).
Semelhantemente, a 'santidade' é essencial para a comunidade cristã (cf, 12.15), O pecado divide e contamina o Corpo de Cristo (a Igreja), da mesma maneira que o câncer faz com o corpo humano. Procurar a santidade sugere um processo de santificação no qual a nossa vida e nossa maneira de viver são separadas para Deus como santas e como instrumentos de honra a Ele, Somos transformados conforme a semelhança de Deus quando nos aproximamos e nos mantemos no Lugar Santíssimo de sua presença. Na união e na comunhão com Deus no Lugar Santíssimo, reside o poder da 'paz' e da 'santidade' (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004 P-1634).
CONHEÇA MAIS
Correr
1. Trecho, correr, usado:
(a) Literalmente (por exemplo, Mt 27.48); dramõn, particípio aoristo, proveniente de um verbo obsoleto drama, mas suprindo certas formas ausentes do verbo trecho, literalmente, 'tendo corrido, correndo', expressivo da determinação do ato; a mesma forma no indicativo é usada, por exemplo, em Mt 28.8; nos Evangelhos, só é usado o significado literal; em outros lugares, ocorre em 1 Co 9.24 (duas vezes na primeira parte); Ap 9.9;
(b) metaforicamente, para ilustrar corredores numa corrida, acerca da rapidez ou esforço em atingir um fim (Rm 9.16) [...]; 1Co 9.26; Hb 12.1, alude à atividade perseverante no trajeto cristão com vistas a obter recompensa".
Para conhecer mais leia "Dicionário Vine", CPAD, p.512.
III - A CORRIDA FINAL EXORTAÇÕES FINAIS
1. Valorizar a liderança.
Uma das exortações e advertências que mais se repete nesse capítulo é feita em relação ao respeito devido aos líderes da comunidade cristã. A expressão grega no texto de Hebreus para o exercício da liderança é traduzida como pastor, chefe ou líder e ocorre seis vezes nessa carta, sendo três delas neste capítulo (Hb 13.7,17,24). Essa palavra é igualmente usada em Atos 7.10 para falar sobre José como governador do Egito. O autor pede que os cristãos não se esqueçam do trabalho que os líderes espirituais realizaram em prol deles (Hb 13.7). A natureza da missão a eles confiada pertence a outra dimensão, isto é, a espiritual (Hb 13.17). Onde não há respeito pela liderança, prevalece a anarquia. Os líderes não são intocáveis nem tampouco perfeitos, mas devem ser honrados pelo trabalho que realizam (1Ts 5.12,13), bem como devem ser lembrados por isso (Hb 13.24).
2. Valorizar a doutrina.
Desde os primórdios a Igreja foi tentada a se desviar da verdade. Doutrinas falsas sempre estiveram à espreita. Aqui não foi diferente (Hb 13.9). É impossível precisarmos que tipo de doutrina associada ao uso de alimentos o autor estivesse falando, mas o contexto do Novo Testamento revela que esse fato não era estranho para os cristãos (Rm 14.1-4; 1 Co 8.1; Cl 2.21). O certo é que o autor exorta os crentes a firmarem-se na Palavra de Deus para se manterem e não se enredarem para aquilo que era de natureza meramente material, ritual e externa.
3. Valorizar a adoração.
O autor havia falado à exaustão nos capítulos anteriores sobre o sistema de sacrifício levítico. A Nova Aliança tornara totalmente dispensável tal sistema. Em Cristo, sob a Nova Aliança, os sacrifícios são de outra natureza e acontecem em outra dimensão (Hb 13.15). Louvor, adoração e ação de graça são formas legítimas de sacrifícios na Nova Aliança. O serviço a favor dos santos e a comunhão são também lembrados como uma poderosa forma de adorar a Deus (Hb 13.16). Adorar não é apenas "cantar", mas "sacrificar". Infelizmente, possível termos muita música e não lermos nenhuma adoração.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Estamos na corrida final, por isso, precisamos estar atentos as exortações do Senhor.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Apegar-se ao ensino sadio do evangelho (13.7-12)
Os próximos três versos devem ser vistos como uma unidade de pensamento, sendo 13.8 a ponte entre 3.7 e 13.9. Jesus Cristo é o enfoque invariável da mensagem do evangelho (13.8), que foi fielmente pregado por seus líderes originais (13.7) e que deve permanecer de acordo com o padrão a verdade, pelo qual todos os ensinos serão julgados (13.9).
Lembrai-vos (uma ênfase na continuidade no tempo presente, isto é, continue lembrando) dos vossos pastores, que vos falaram (no passado, isto, antigos líderes) a Palavra de Deus' (13.7). Por três vezes neste capítulo o escritor menciona os líderes espirituais dos leitores (13.7, 17,24). Em todas, é utilizado o termo begoumenoi, que se refere a homens de autoridade em uma posição de liderança. Em 13.7, os leitores devem obedecer aos seus líderes, e em 13.24, o autor envia suas saudações a todos os líderes; em ambos os versos o autor se refere aos líderes atuais. Em 13.7, porém, são seus antigos líderes que devem ser lembrados. São recordados dois fatos importantes a respeito destes antigos líderes.
1) Proclamaram 'a palavra de Deus' (13.7); isto é, eram homens de autoridade espiritual em virtude de se manterem enfocados na Palavra de Deus. É mais provável que a igreja, que reunia em uma casa, à qual a carta aos Hebreus foi enviada tenha sido fundada como resultado da pregação e do ministério de ensino destes líderes.
2) Eram homens de 'fé' (13.7), cuja qualidade de fé e modo de vida exemplar os colocaram ao lado dos heróis da fé, sob a antiga aliança (veja 11.4-38). Sua vida e fidelidade a Cristo eram tão exemplares que o autor agora exorta os leitores a 'imitarem' sua fé. Existe mais poder no testemunho de uma pessoa que conhecemos ou vimos do que quando apenas lemos ou ouvimos a seu respeito. A advertência a considerar o resultado de suas vidas também aponta para o seu falecimento; agora a totalidade de sua vida pode ser vista juntamente com seu triunfo final de fé, na partida para estar com o Senhor (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1645).
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos que o autor se vale de uma metáfora — a maratona praticada no mundo antigo, para através dela contrastar a grande corrida da fé. Quando alguns crentes davam sinais de cansaço e fadiga espiritual, o autor de Hebreus exortava-os a imitar os grandes campeões da fé. Ninguém vence uma corrida sem que para isso não tenha de se sacrificar. O sofrimento é inevitável, mas o resultado alcançado por aqueles que ousam perseverar é infinitamente recompensador.
PARA REFLETIR
A respeito de Exortações Finais na Grande Maratona da Fé, responda:
• A quem o autor se refere ao falar da "grande nuvem de testemunhas"?
A "grande nuvem de testemunhas"(Hb 12.1) é uma referência aos heróis da fé aos quais ele se referia no capítulo 11.
• Como o autor de Hebreus vê o sofrimento?
Ele vê o sofrimento como um instrumento pedagógico usado por Deus.
• Qual texto o autor tinha em mente ao falar de "raiz de amargura".
Ele tinha em mente o texto de Deuteronômio 29.18.
• De acordo com o livro de Génesis, como era Esaú?
De acordo com o livro de Génesis, Esaú era um indivíduo mais preocupado, com as coisas terrenas do que com as celestiais.
• Quais são as formas de adoração apresentadas pelo escritor aos Hebreus?
Louvor, adoração e ação de graça são formas legítimas de sacrifícios na Nova Aliança.
SUBSÍDIO ADICIONAL
Fonte: Revista Ensinador Cristão - CPAD, n° 72
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
• Texto Bíblico: Hebreus 12.1-8; 13.15-18
2. l. A Corrida Proposta
• 1. O exemplo dos antigos.
• 2. O exemplo de Jesus.
• 3. O exemplo da Igreja.
3. II. Corredores Bem Treinados
• 1. Respeitam limites.
• 2. Mantêm a mente limpa.
• 3. Valorizem as coisas espirituais.
4. III. As Responsabilidades da Nova Aliança
• 1. Valorizar a liderança.
• 2. Valorizar a doutrina.
• 3. Valorizar a adoração.
5. Conclusão
Prezado professor, prezada professora, chegamos ao final de mais um trimestre. Eis uma excelente oportunidade para uma avaliação das ações pedagógicas, didáticas na classe em que atuamos. Algumas perguntas abaixo podem servir de norte para essa autoavaliação:
1. Os instrumentos pedagógicos usados pelo professor são satisfatórios ao processo ensino-aprendizagem?
2. O professor conseguiu mostrar clareza e eficácia ao expor o conteúdo?
3. O aproveitamento das aulas pelos alunos tem sido satisfatório?
4. Qual nota o professor dá ao próprio desempenho?
5. Qual nota o professor dá ao desempenho da classe?
Sugestão Pedagógica
Para a aula final deste trimestre, recomendamos que você faça uma revisão geral do tema abordado ao longo do trimestre. Como a carta de Hebreus é altamente teológica, a revisão de conteúdo é importante para o aluno não perder de vista o assunto da epístola. Assim, siga adiante o conteúdo da última lição trimestral.
Para a última lição do trimestre, sugerimos que você deixe a classe bem ciente sobre a estrutura da presente lição:
(1) A lição aponta a corrida proposta na carta;
(2) A lição propõe que os corredores estejam bem treinados para essa corrida;
(3) A lição versa sobre a corrida final e nos propõe últimas exortações. Boa aula!
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