3 de dezembro de 2018

Mais de 400 índios se converteram após ouvir o Evangelho pela primeira vez na Amazônia

Mais de 400 índios se converteram após ouvir o Evangelho pela primeira vez na Amazônia

Os indígenas da tribo Yanomami, uma das mais numerosas da Amazônia, conheceram o Evangelho pela primeira vez de uma maneira inusitada. A história foi relatada pelo missionário norte-americano Larry Buckman, da organização Renew Outreach.
Em setembro de 2012, cinco jovens da tribo foram enviados por seus líderes para encontrar alguém na floresta amazônica que pudesse falar sobre o filho de Deus. “Por que eles decidiram caminhar dez dias em direção ao norte para encontrar alguém? Eles não tinham como saber que havia alguém lá. É claro que o Espírito Santo estava guiando eles”, contou Larry.
De acordo com o missionário, a comunidade Hakoma, pertencente à tribo Yanomami, era uma das mais violentas em toda a Amazônia. Embora houvesse alguns cristãos Yanomami, a área de Hakoma não havia sido alcançada. O Evangelho foi apresentado a eles pela primeira vez 55 anos antes, através dos missionários Bob e Steve.
Nos anos 1960, quando Bob e Steve visitaram Hakoma pela primeira vez, eles relataram que quase todas as pessoas estavam drogadas, tinham muco saindo de seus narizes e vomitavam. “À noite eles eram possuídos por demônios, espancavam suas esposas e abriam suas cabeças com porretes”, relatou Bob a Larry. “Eles quase nos mataram”.
Após a jornada de dez dias, os cinco indígenas chegaram ao rio Palimiú e entraram em uma vila onde dois cristãos brasileiros, Paulo e Betânia, estavam vivendo há 14 anos, aprendendo a língua e traduzindo o Novo Testamento.
Na ocasião, estava acontecendo uma celebração de batismos na igreja e sem querer os indígenas acabaram entrando na fila. Os cristãos logo perceberam que eles faziam parte da tribo violenta e ficaram com medo. Ainda assim, Paulo agiu com ousadia.
“Eu não perguntei se eles queriam Jesus; eu batizei os cinco junto com os outros”, contou Paulo. Ele e Betânia convidaram os indígenas para a casa deles e passaram as próximas cinco horas conversando.
Os homens explicaram a razão pela qual viajaram a tal distância. “Estamos cansados ​​de viver da maneira que sempre vivemos”, disseram a Paul e Bethany. “Nós estamos matando pessoas e nos drogando. Nós queremos viver uma vida diferente. Alguém nos contou sobre o Filho de Deus. Você sabe quem é?”
Paulo falou a eles sobre o Deus, Jesus e o Espírito Santo. “Vimos seus olhos brilharem de admiração sobre tudo o que dissemos”, disse Paulo, que continuou ensinando o Evangelho a eles por vários dias.
Enfrentando riscos
Quando estavam prestes a retornar para sua aldeia, os homens imploraram aos missionários brasileiros para que contassem a sua tribo sobre Jesus. No início de 2013, os dois começaram a planejar uma expedição para ir até a comunidade de Hakoma.
“Foi um tempo de muita oração buscando a direção de Deus”, observou Paulo.
Alguns meses depois, eles receberam notícias de que os membros da mesma tribo exterminaram uma aldeia inimiga e mataram cerca de 46 garimpeiros na região.
“Dezoito dias após esse massacre, em 9 de novembro de 2013, estávamos em um pequeno avião indo em busca desse povo”, contou Paulo. “Muitos nos disseram para não ir, dizendo ‘isso é suicídio’, ‘’eles são muito perigosos’”.
O grupo incluiu Paulo, Betânia e três outros cristãos yanomami que falavam diferentes idiomas. “Não sabíamos ao certo o que nos esperava; estávamos com muito medo, mas confiantes no cuidado de Deus”.
Quando perceberam que estavam no mesmo lugar em que os mineiros haviam sido mortos semanas antes, eles buscaram a Deus em oração.
“Quando levantamos nossas cabeças, vimos uma cena inacreditável. Estávamos cercados por homens, mulheres e crianças armados com arcos e flechas, zarabatanas e dardos envenenados, mas também rifles, cartuchos, relógios, tablets, celulares e roupas dos mineiros que mataram 18 dias antes”, relatou.
Paulo tirou uma foto rápida com sua câmera, mas esqueceu de desligar o flash. A multidão interpretou o flash como um sinal hostil e começou a caminhar em direção aos missionários com suas armas. “Eles miraram. Achei que nossa hora tinha chegado”, Paulo contou.
Então uma voz solitária gritou do meio da multidão. “Pare! Não os machuque. Eles são aqueles que disseram que existe um Criador”. O alerta veio dos cinco indígenas que Paulo batizou no ano anterior. “Vimos nos olhos deles a alegria com a nossa chegada”, observou Paulo.
Poder do Evangelho
Os cinco levaram os missionários para falar diante de uma multidão que estava esperando por eles. Na tarde de 9 de novembro de 2013, os missionários compartilharam a Palavra de Deus com os Yanomamis.
“Noite após noite, as pessoas estavam se arrependendo. As reuniões às vezes iam até as 5:00 da manhã. Isso aconteceu dia e noite. Eu respondi a tantas perguntas e no final tivemos outro batismo. Mais de 400 indígenas chegaram a Cristo”, celebrou Paulo.
Paulo e os outros líderes foram até um rio próximo e batizaram 162 novos cristãos e depois ministraram a Santa Ceia, usando “o beijú da mandioca e suco de açaí”.
Em novembro, a equipe começou a discutir a ideia de plantar uma igreja. Eles tinham muitos convertidos recém-batizados, mas poucos líderes maduros para orientá-los. “Precisávamos fazer alguma coisa, então escolhemos os cinco indígenas que eu havia batizado em 2012 como líderes na fé”, disse Paulo.
Fruto das sementes
Em 2014, a equipe retornou à aldeia, levando Bíblias de áudio e um pequeno projetor com o filme “Jesus” ​​na língua Chamatari, que foi exibido para 18 aldeias em dez dias.
Três anos depois, o filme chegou a alcançar 4.600 pessoas em 21 aldeias remotas. “Eles relatam que agora há cristãos em todas as regiões, em lugares onde não podemos ir”, observou Betânia . “Os indígenas estão fazendo o que não podemos. Estamos vivendo um verdadeiro avivamento no coração da selva”.
O primeiro missionário que esteve entre na comunidade de Hakoma, Bob, está impressionado com o que viu. Ele e Steve foram convidados a ministrar a Santa Ceia aos novos cristãos, 55 anos depois de terem plantado as sementes do Evangelho.
“Esses caras antigos sacrificaram tudo e mereceram ver isso em suas vidas. É incrível ver como Deus transformou essa tribo e, de alguma forma, está protegendo aqueles queridos homens que se deslocam para levar o Evangelho”, afirmou Larry Buckman. “São 200 aldeias yanomami que conhecemos. Eles planejam levar o Evangelho a cada uma dessas 200”.
Fonte: GospelGeral

2 de dezembro de 2018

Lição 10 - Precisamos de Vigilância Espiritual


Lições Bíblicas do 4° trimestre de 2018 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 9 de Dezembro de 2018 |DIA DA BÍBLIA
TEXTO ÁUREO
"Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26.41)
VERDADE PRÁTICA
Mesmo com oração, a ausência de vigilância é terreno propício para que a tentação encontre brechas e nos conduza à derrota espiritual.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Mt 26.41: A dupla advertência de Jesus aos seus discípulos
Ter. 1Pe 5.8,9: Estar em alerta e vigiar, pois o Diabo está à espreita
Qua. Ap 16.15: A surpresa da vinda de Jesus requer que estejamos vigiando
Qui. Sl 141.3,4: A maior e mais necessária vigilância a ser exercida pelo crente
Sex. Cl 4.2: Oração, vigilância e gratidão são práticas importantes
Sab. Mt 24.44: A vigilância é necessária, pois o Senhor virá a qualquer momento

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 24.45-51
45- Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?
46- Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim.
47- Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.
48- Porém, se aquele mau servo disser consigo: 0 meu senhor tarde virá,
49- e começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a beber com os bêbados,
50- virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe,
51- e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.
HINOS SUGERIDOS: 98, 275, 548 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Conscientizar a respeito da necessidade de vigilância espiritual.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I- Interpretar a parábola dos dois servos;
II- Reafirmar a necessidade de se ter vigilância;
II- Valorizar o exercício do discernimento.
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A riqueza da Bíblia em tratar dos assuntos espirituais já é de amplo conhecimento. Todavia, poucas vezes se pensa acerca de sua capacidade em tratar de questões cruciais na esfera estritamente humana, A parábola de hoje, conquanto contenha uma mensagem especificamente escatológica, deixa entrever um fato corriqueiro do dia a dia: O exercício do poder e da liderança oferecido a alguém que não possui condição alguma para tal pode ser um desastre, pois entre outros males, essa pessoa pode "abusar" de sua posição para oprimir as outras. A Bíblia, porém, é muito clara a respeito desse tipo de atitude (1 Ts 4.6). Sejamos vigilantes, pois o Senhor virá a qualquer momento e nos pedirá conta de todas as nossas ações.


PONTO CENTRAL: A vigilância espiritual deve ser prioridade na vida do discípulo de Cristo.

INTRODUÇÃO
O texto da leitura bíblica em classe está inserido no centro de um conjunto de ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. A parábola que vamos estudar é o tema central deste conjunto, ou ciclo, de ensinamentos que se inicia no versículo três do capítulo 24 e se estende até o último versículo do capítulo 25. Jesus está trazendo ensino escatológico para seus discípulos. Ele inicia suas mensagens falando a respeito do princípio das dores, perseguições, falsos profetas, esfriamento do amor, etc. (24.3-14), e segue falando sobre a Grande Tribulação (24.15-28), decide então discorrer sobre sua própria volta e sobre o arrebatamento dos salvos (24.29-31). Neste momento, visando ilustrar a necessidade da vigilância (24.36-44), Ele aborda a necessidade de estarmos preparados para sua vinda. Aprofunda-se então o tema central que é estarmos vigilantes (24.45-51).

I - INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DOS DOIS SERVOS

1. O servo bom e fiel.
A parábola é contada tendo como base uma com paração entre o comportamento de dois servos. O primeiro, fiel e prudente, confiado em uma posição superior, esforça-se para realizar, zelosamente, a tarefa recebida, porém, ele sabe que não é administrador geral da casa, mas apenas um despenseiro. No entanto, por ser um servo fiel e prudente, ele agora tem a oportunidade de demonstrar, na prática, se realmente é sábio, pois o seu senhor o premia, promovendo-o a administrador de todos os seus bens (vv.45-47).

2. O mau servo.
A parábola não ilustra somente o perfil do servo fiel e prudente, pois mostra quão antiético um servo pode ser quando colocado em posição superior a dos serviçais, durante a ausência do senhor. Conforme a narrativa, o segundo servo, recém- -promovido, agindo de forma antiética, preferiu agir como um tirano em casa alheia, prevalecendo da momentânea posição e entregando-se à devassidão, age irresponsavelmente contando com a demora do seu senhor (v.49). Ele parece pensar que o seu senhor se atrasará (v.48). Por isso, começa a prevalecer-se e resolve se "divertir", maltratando seus conservos, amigos de trabalho. Agindo assim, ele revela seu verdadeiro caráter, isto é, mostra-se maligno. Enquanto o primeiro servo foi promovido (v.47), este é jogado para fora da casa, ou seja, ele terá a mesma sorte que está reservada aos servos infiéis (v.51).

3. O destino escatológico.

Como vimos, o primeiro servo, por sua fidelidade e bondade, será promovido, enquanto o outro, por sua maldade e prevalecimento, será jogado para fora da casa. Ao descrever o castigo reservado para o servo infiel, o Senhor Jesus abandonou a linguagem parabólica para falar do destino final dos hipócritas, isto é, no lugar para onde estes irão, "haverá pranto e ranger de dentes" (v.51). A expressão "hipócrita", utilizada por Jesus, indica aqueles que falam, mas não fazem, mas para se mostrarem perante os outros, observam apenas de forma superficial e exterior a Lei de Deus, porém, sequer se aproximam do seu cumprimento pleno e genuíno, pois isso só pode ser feito por aqueles que têm um coração sincero e dedicado. Os hipócritas, porém, estão preocupados em apenas "parecer" e não em "ser". O senhor da parábola requer dos servos o cumprimento fiel da tarefa que lhes foi confiada. O servo bom e fiel é aquele que se mantém ocupado, procurando sempre cumprir fielmente as suas tarefas. Dessa forma, o servo estará sempre preparado para quando o seu senhor retornar. Por outro lado, o mau servo é irresponsável e, prevalecendo da confiança, abusa da posição e mostra-se indigno da posição que o seu senhor lhe confiou. O discurso é claramente escatológico e tem como objetivo advertir os ouvintes da necessidade de se viver de forma vigilante e prudente enquanto se aguarda o retorno do Senhor (v.50).

SÍNTESE DO TÓPICO I
A parábola dos dois servos contrasta a postura de ambos mostrando o que deve ser feito e o que é obrigatório evitar.

SUBSÍDIO EXEGÉTICO
"Jesus conta outra parábola (que também poderia ser chamada de Parábola do Servo Bom e do Servo Mau) sobre o tema da prontidão (cf. Mt 12.41-46). Nesta descrição, o senhor, voltando de uma visita inesperada, encontra o servo administrador satisfazendo ou recusando-se a satisfazer as necessidades dos outros servos. Considerando a crítica que Jesus fez aos líderes judeus por desconsiderarem o bem-estar das pessoas, este servo opressivo e esbanjador serve de comentário sobre as ações dos governantes rejeitados (Mt 23.1-4,23,24).
"O castigo do servo mau é severo. É igual ao dos 'hipócritas' (Mt 24.51; [...]; cf. também Mt 15.7; 22.18; 23.13-15,29). Jesus deixa claro que este não é mero castigo terreno, mas de julgamento eterno (quanto ao choro e ranger de dentes, veja também Mt 8.12; 13.42,50; 22.13; 25.30)" (SHELTON, James B. In ARRiNGTON, French L; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.135).

II - UM CHAMADO À VIGILÂNCIA

1. Vigilância.
O ensino sobre a vigilância é constante no ministério de Jesus (Mt 26.41). No intuito de demonstrar de que forma devemos nos manter vigilantes, o Senhor Jesus narrou a parábola dos dois servos, primeiramente contrastando o perfil de ambos ao mostrar que um era bom e o outro mau. A ambos os servos o "senhor" da narrativa confiou a tarefa de cuidar de seus conservos. O bom os alimentava em quantidade e hora corretas. 0 mau os espancava, desprezava-os, e como se ainda não fosse o bastante, comia e bebia com bêbados. O servo bom, além de fiel, era vigilante, administrando bem aquilo que recebeu do seu senhor. O destaque à vigilância, nesta parábola se manifesta como sendo o exercício correto da mordomia, ou seja, o homem vigilante pratica a administração responsável do que recebeu do seu senhor, sabendo que está lidando com o que não é seu e que brevemente terá de prestar contas. O mesmo princípio é rememorado pelo apóstolo Paulo quando em 1 Coríntios 4.1,2, diz: "Oue os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel". Jesus nos manda estar acordados, alertas, vigilantes, circunspectos (Mt 25-13; Mc 14.34,37,38), isto é, precisamos estar (ompletamente alertas!

2. Ninguém sabe o dia.
A necessidade de vigilância é clara, pois assim como os servos da parábola não sabiam o momento certo do senhor deles voltar, ninguém sabe quando Jesus Cristo virá (Mt 24.36). Por isso, antes de contar a parábola dos dois servos, no versículo 43, Jesus explica isso de maneira breve, mas cristalina. O Mestre utiliza a figura do pai de família dizendo que se este soubesse quando o ladrão viria, vigiaria e estaria à sua espera, impedindo que o malfeitor fizesse mal à família. Como não sabemos quando Jesus haverá de vir, devemos estar sempre preparados (v.44), pois estar preparado a qualquer momento para a volta de Cristo é parte da responsabilidade básica de todo discípulo autêntico (v.46). Devemos fazer exatamente o que o servo fiel e prudente da parábola fez, pois quando Cristo voltar seremos felizes se Ele nos "achar servindo assim" (v.46). Não podemos nos esquecer que, assim como retratado pelo Senhor Jesus Cristo na parábola, o "Dia do Senhor virá como o ladrão de noite" (1 Ts 5.2).

SÍNTESE DO TÓPICO II
A vigilância é imprescindível, porém, ela só poderá servir para algo se a vida da pessoa for pautada na postura do servo fiel e prudente.

SUBSÍDIO DEVOCIONAL
"A respeito daqueles que estão na igreja mas são infiéis ao Senhor, é impossível estarem vigilantes e preparados para a volta inesperada de Cristo, se os tais não creem que Ele pode vir agora.
(1) Qualquer crente professo que vive em pecado, julgando que Jesus tardará a vir, tornar-se-á como o servo mau da parábola. Ele não percebe o risco da volta do Senhor pegá-lo de surpresa ([...]).
(2) É significativo Jesus associar a infidelidade e a hipocrisia à crença e ao desejo de que Ele demore a voltar" (STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1141).

III- VIVENDO COM DISCERNIMENTO

1. Vida dissoluta.
O versículo 49 chama a atenção para a falta de prudência de alguém que começou a conduzir sua vida de maneira dissoluta. Infelizmente, a postura do servo infiel de espancar os conservos, além de comer e beber com os bêbados, revela um desejo que precisava apenas de uma oportunidade para se manifestar. Tal comportamento nos lembra de um momento anterior, no mesmo sermão, quando Jesus falou sobre os dias de Noé. 0 Senhor disse que, naquele tempo, as pessoas "comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca" (Mt 24.38). Em outras palavras, as pessoas do tempo do “pregoeiro da justiça" (2 Pe 2.5), viviam sem compromisso algum com Deus, e foram surpreendidas pelo juízo divino (Mt 24.38,39). De igual forma, a vida dissoluta do mau servo, e de pessoas que se comportam como ele, terão como destino um lugar onde haverá choro e ranger de dentes (v.51).

2. Vida santa.
Desde os tempos de Moisés, o povo de Deus é exortado a viver uma vida de santidade (Lv 11.44,45), isto é, uma vida separada e consagrada totalmente ao Senhor. Para o povo da nova aliança - a Igreja -, a mesma vida de santidade também é requerida (1 Pe 1.16), pois temos mais luz e conhecimento em relação às coisas de Deus do que o próprio povo de Israel. Por isso, precisamos viver uma vida com discernimento, sabendo separar aquilo que, como santos e filhos de Deus, convém, ou não, fazer (1 Co 6.12; 10.23). Hoje, mais do que em qualquer outra geração de cristãos, precisamos nos lembrar de que, sem santificação, "ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14). Devemos ter isso muito claro em nossos corações, lembrando também que o Senhor Jesus Cristo pode voltar a qualquer momento (Mt 24.42).

3. Administrando os bens.
Jesus contou a parábola dos dois servos para que os ouvintes, e todos nós, optássemos em seguir o exemplo do servo fiel e prudente, evitando o trágico fim dos hipócritas (v.51). A postura do servo bom e fiel, que administra os bens de seu senhor conforme a justiça faz jus à própria expressão "servo", visto que esta retrata o perfil de um ministro dedicado, alguém que se sente satisfeito em cumprir o seu dever, que é servir ao seu senhor. De forma semelhante, a Bíblia nos chama de despenseiros de Deus e diz que devemos ser "bons" (1 Pe 4.10), ou seja, eficientes e dedicados. O apóstolo Paulo também falou sobre este assunto dizendo ser necessário que "os homens nos considerem como ministros", ou seja, servos ”e despenseiros", isto é, administradores daquilo que Cristo coloca sob nossa responsabilidade, requerendo apenas que cada um se ache, seja encontrado, fiel (1 Co 4.1,2). Portanto, mais que fidelidade e prudência, o Senhor requer de nós que sejamos bons e fiéis administradores do que não é nosso (1 Pe 5.2).

SÍNTESE DO TÓPICO III
O exercício do discernimento é um dos aspectos mais importantes da caminhada de fé de um discípulo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Nos tempos antigos era um costume comum que os senhores deixassem um servo encarregado de todos os assuntos da família. 0 servo, descrito como fiel e prudente, corresponde aos discípulos, aos quais foi atribuída por Jesus uma responsabilidade sem precedentes. Isto também descreve , aqueles que são indicados para posições de liderança na igreja, que deverão estar desempenhando fielmente suas obrigações quando Jesus (o Senhor) chegar. Estes servos receberão grandes recompensas.

"Alguns servos, entretanto, podem decidir aproveitar-se da sua posição de liderança, maltratando os outros entregando-se ao prazer. O servo pode ter pensado que o seu senhor estaria fora durante um longo período, mas certo dia, virá o senhor num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe. Este será um evento repentino e sem aviso prévio, e o mau servo será surpreendido 'no ato'. O julgamento do senhor contra o seu mau servo será extremamente severo. Ainda pior do que esse horrível castigo será o destino eterno do servo. Ele será designado a um lugar onde haverá pranto e ranger de dentes (referência ao inferno). O julgamento futuro de Deus é tão certo quanto a volta de Jesus à terra" (Comentário do Novo Testamento. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.146).

CONCLUSÃO
Há pessoas que estão se conduzindo de modo dissoluto e fazendo mau uso dos bens que o Senhor deixou em suas mãos. São maus servos. Correm o risco de serem pegos de surpresa e acabarem lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes. Por outro lado, o servo vigilante está preparado para a vinda de Jesus. Ele não apenas está vigilante como prega sobre a vinda de Jesus, pois como bom ministro e despenseiro sabe que é seu dever anunciar a vinda de Cristo. O vigilante guarda o que tem, exercitando seus talentos. Ele administra com fidelidade os bens de seu Senhor, sabendo que um dia será promovido às mansões celestiais.

PARA REFLETIR
A respeito de "Precisamos de Vigilância Espiritual" responda:

• A parábola tem o que como base?
A parábola é contada tendo como base uma comparação entre o comportamento de dois servos.

• De acordo com a lição, o discurso do Senhor é claramente escatológico e tem qual objetivo?
Advertir os ouvintes da necessidade de se viver de forma vigilante e prudente enquanto se aguarda o retorno do Senhor.

• O destaque à vigilância, nesta parábola, se manifesta como o quê? O destaque à vigilância, nesta parábola se manifesta como sendo o exercício correto da mordomia, ou seja, o homem vigilante pratica a administração responsável do que recebeu do seu senhor, sabendo que está lidando com o que não é seu e que brevemente terá de prestar contas.

• O que Jesus quis dizer ao referir-se ao tempo de Noé dizendo que as pessoas "comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca"?
As pessoas do tempo do "pregoeiro da justiça" (2 Pe 2.5), viviam sem compromisso algum com Deus e foram surpreendidas pelo juízo divino (Mt 24.38,39).

• De acordo com o último subtópico da lição, para que Jesus contou a parábola dos dois servos?
Jesus contou a parábola dos dois servos para que os ouvintes, e todos nós, optássemos em seguir o exemplo do servo fiel e prudente, evitando o trágico fim dos hipócritas.

Fonte: Subsídios EBD - CPAD
Divulgação:http://escolabiblicadominicalbr.blogspot.com


Lição 9 – O Perigo da Indiferença Espiritual


Lições Bíblicas do 4° trimestre de 2018 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 2 de Dezembro de 2018
TEXTO ÁUREO
'Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando." (Jo 15.14)

VERDADE PRÁTICA
As palavras dos filhos de Deus devem condizer com aquilo que eles praticam.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Dt 5.29: Deus anela que haja disposição em nós para obedecê-lo
Ter. 1Sm 15.22: Deus preza mais a nossa obediência do que os sacrifícios
Qua. Jo 14.15: O amor ao Senhor Jesus é demonstrado pela obediência
Qui. At 5.29: A obediência ao Senhor tem prioridade sobre a obediência civil
Sex. Tg 1.22: A prova da obediência está na prática e não nas palavras
Sab. Hb 5.8: Jesus deu-nos o exemplo sendo obediente ao Pai
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 21.28-32
28- Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.
29- Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi.
30 - E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.
31- Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: 0 primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus.
32- Porque João veio a vós no caminho de justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para o crer.
LURA BÍBLICA EM CLASS
HINOS SUGERIDOS: 198, 196, 465 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Destacar a importância da obediência e alertar para os perigos da indiferença espiritual.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I- Interpretar a parábola dos dois filhos;
II- Alertar para os perigos de a prática não ser condizente com o discurso;
III- Incentivar a prática da obediência.
• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A inconsistência entre o que se diz e o que se faz é um problema tão sério que afeta até mesmo a educação familiar. Nossos filhos observam muito mais o que fazemos do que aquilo que dizemos. Não raro, pais são surpreendidos com observações feitas pelos filhos acerca de práticas que eles sequer imaginavam que estavam sendo observadas. A parábola que será estudada hoje mostra o valor da prática da obediência e deixa claro que a resposta, mesmo elegante e educada, se não corresponder às ações, de nada serve. O que fica bastante claro nesta narrativa é o fato de que mais importante que a pronta resposta de aceitação do pedido do pai, é a obediência demonstrada nas ações, algo que aconteceu com a atitude do primeiro filho que, mesmo tendo respondido deforma negativa, foi quem de fato obedeceu. Qual tem sido a nossa postura diante das ordens do Senhor? Eis uma boa oportunidade para refletir.

PONTO CENTRAL: A obediência, conforme ensina a Bíblia, é a melhor forma de adorarmos a Deus.

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos uma parábola conhecida como a "parábola dos dois filhos" (Mt 21.28-32). Uma das curiosidades desta parábola é que ela ocorre apenas em Mateus. Ela ensina grandes lições e retrata o perigo da indiferença espiritual e a necessidade de obedecer a vontade de Deus a fim de que possamos ser participantes do Reino. Conforme aprenderemos, quando se fala de obediência ao Senhor, não bastam apenas palavras, pois o que realmente conta é se realmente praticamos aquilo que professamos.

I - INTERPRETANDO A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS

1. O contexto da parábola.
A parábola traz à cena um proprietário em busca de trabalhadores para a sua vinha que, desta vez, na narrativa, são seus próprios filhos (v.28). Essa pequena porção bíblica que cabe em poucos versículos, se não for devidamente estudada, pode passar despercebida das pessoas "escondendo" o quanto há de trabalho a ser realizado, sua duração ou sua retribuição, concentrando-se na reação contrastante dos dois filhos ao pedido do pai. O primeiro filho diz que não vai obedecer, mas, ao final, arrepende-se e o faz, ao passo que o segundo diz que vai obedecer e não o faz (vv.29,30). O filho que diz que será obediente à vontade do pai, nessa parábola, representa Israel, que não fez a vontade de Deus (Rm
10.21). Enquanto isso, o filho que diz que não vai obedecer, representa os publicanos e os pecadores, que, por se arrependerem de seus pecados, têm o direito de entrar no Reino de Deus antes dos judeus (v.31).

2. O assentimento puramente verbal.
Em algumas versões do texto grego, a ordem do pedido do pai aos filhos aparece diferente, iniciando de forma invertida, isto é, primeiramente o que disse que aceitaria, mas não foi e, posteriormente, o que não aceitou, mas arrependeu-se e foi. Assim, no versículo 30, a resposta - "Eu vou, senhor" -, que não passa de um assentimento puramente verbal, e está aqui em contraste com a recusa indelicada do primeiro filho. Porém, como já sabemos, apesar desta concordância imediata do segundo filho em ir, na prática, transforma-se em nada, pois ele não obedece, de fato, à ordem do pai.

3. A negação verbal.
Apesar de o primeiro filho oferecer ao pai uma resposta negativa - "Não quero" -, e de ter se recusado a obedecer à ordem num primeiro momento, o texto esclarece com uma adversativa, "mas" seguida do verbo grego metamelomai (que ocorre apenas cinco vezes em o Novo Testamento), cujo significado refere-se a "arrepender-se", "estar arrependido mais tarde", demonstrando que essa negação verbal não representa a verdade, pois o filho, arrependido, foi trabalhar.

4. Uma adesão operativa.
Vimos que a mesma ordem do pai obteve respostas diferentes. De fato, os dois filhos representam, de forma emblemática, dois tipos de atitudes. O primeiro deles representa a adesão operativa precedida por uma negação que é apenas verbal. De forma inversa, o segundo tipo de resposta trata-se de um assentimento puramente verbal que não passa à ação. Por isso, logo após contar essa parábola, Jesus pergunta aos líderes judeus qual dos dois filhos atendeu à vontade do pai (v.31a). Eles respondem de forma correta, e o Mestre então lhes diz que os publicanos e as meretrizes entrariam adiante deles no Reino de Deus (v.31). O Senhor disse isso porque, da mesma forma que no caso dos filhos, ao longo do ministério de Jesus, muitos publicanos, meretrizes e pecadores de toda espécie tomaram a atitude da adesão operativa. Passaram boa parte de suas vidas negando verbalmente a fazer a vontade de Deus, mas quando tiveram a oportunidade de arrepender-se, acabaram obedecendo, de fato, ao Senhor. Mais que um assentimento verbal, mais que votos ou promessas, as Escrituras Sagradas nos exortam a aderirmos, na prática, a vontade do Pai e a sermos obedientes a Ele. Só assim seremos participantes do Reino de Deus.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I
A parábola dos dois filhos mostra claramente que só pode participar do Reino de Deus os que atendem ao chamado do Senhor e o obedece.

SUBSÍDIO EXEGÉTICO
"Jesus continua contra-atacando os inimigos com três parábolas que tratam da rejeição dos líderes de Israel. Mateus introduz estas parábolas com a expressão: 'Mas que vos parece?' (cf. Mt 17.25; 18.12). De acordo com os profetas, a vinha nas duas primeiras parábolas representa Israel (51 80.8-19; Jr 2.21; Ez 19-10). Na Parábola dos Dois Filhos, o primeiro filho representa os pecadores arrependidos que agora servem ao Pai, ao passo que o segundo filho retrata os líderes que honram a Deus com os lábios mas cujo coração está longe (Is 29.13). Anteriormente Jesus já tinha se associado com os publicanos e pecadores, e os inimigos lançaram-lhe isso em rosto (Mt 9.9-13). Agora Ele menciona os pecadores para reprovar os principais sacerdotes e anciãos. A chamada de João Batista ao arrependimento teve profundo impacto nos pecadores arrependidos que viviam na periferia da respeitabilidade (veja esp. Lc 3.10-14; 7.29,30).

"O uso do título respeitoso 'senhor' (kyrie, Mt 21.30) é típico de Mateus e provavelmente tem significado duplo para ele e sua audiência. Nos lábios do filho hipócrita, faz o leitor lembrar das palavras ditas anteriormente por Jesus: 'Nem todo o que me diz: Senhor. Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus' (Mt 7.21).

"Previamente em seu ministério, Jesus explicava as parábolas aos discípulos em particular (Mt 13.13-16,36), mas agora, Ele ousada e diretamente explica a parábola aos líderes judeus, provavelmente com o propósito de forçar todos os que ouvem a escolher ou rejeitar: 'Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram «idiante de vós no Reino de Deus' (Mt 2.1.31). Jesus deixa aberta a possibilidade de que a elite 'respeitável' venha <) seguir os publicanos e pecadores no Reino de Deus, mas considerando o caráter apocalíptico da parábola, soa (riamente como palavras de julgamento final" (SHELTON, James B. In ARRINGTON, I rench L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.120).

II - QUANDO AS PALAVRAS NÃO SE COADUNAM COM A PRÁTICA

1. Palavras estéreis.
A obediência ao Senhor não consiste em proferir palavras estéreis e religiosas, mas em praticar a verdade revelada na Palavra de Deus de forma concreta e precisa (Mt 7.21). Os representantes da antiga e longa tradição judaica estavam ali diante do Mestre para demonstrar de maneira bem clara o que a parábola retratava, pois não tiveram dificuldade alguma para responder a indagação de Jesus: "Qual dos dois fez a vontade do pai?" (v.31a). 0 Senhor coloca-os frente a frente com a verdade de modo que, ao responderem corretamente, eles pronunciaram um juízo de condenação contra si próprios, pois o tipo de resposta que eles dão a Deus os identificam com o filho que contradisse com um não de fato e um sim apenas dos lábios. Eles estão no grupo dos religiosos que nada fazem além de pronunciar palavras bonitas, porém, descompromissadas.

2. O arrependimento conduz à prática.
Muitas pessoas dizem-se arrependidas, por isso, precisamos compreender o verdadeiro sentido da expressão "arrepender-se". Em 2 Coríntios 7.9 o apóstolo Paulo diferencia categoricamente a mera tristeza, estar "contristado", do arrependimento ativo, isto é, estar "contristado segundo Deus". O caso de Judas, por exemplo, pelo visto não passara de mero remorso (Mt 27.3-5). Na parábola contada por Jesus, o primeiro filho se arrependeu tanto por ter se recusado obstinadamente a obedecer ao seu pai que, imediatamente, foi e obedeceu. A tristeza segundo Deus opera o arrependimento, e o arrependimento produz mudança de atitude, ou seja, conduz à prática.

3. Palavras e ações devem se coadunar.
Os discípulos de Cristo são chamados a manifestarem um estilo de vida, na qual as palavras e as ações se coadunam, isto é, não se contradizem, pois expressam uma coisa só. No Sermão do Monte, Jesus ensina aos seus discípulos que o falar destes deve ser: "Sim, sim; não, não" (Mt 5.37b). Infelizmente, a prática de falar e não agir em conformidade é um triste reflexo do decaído e mau caráter humano. Jesus, porém, exige honestidade o tempo todo. Como discípulos dEle e cidadãos do Reino, Ele requer uma equivalência entre aquilo que dizemos e aquilo que vivemos (Sl 15.1-5). Não pode haver um padrão duplo na vida dos discípulos do Mestre, ou seja, dizer uma coisa e fazer outra e vice-versa (Tg 1.25; 2.12).

SÍNTESE DO TÓPICO II
Quando as palavras não condizem com a prática, um problema se instaura, pois a hipocrisia passa a imperar.

III - UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS

1. A impossibilidade da obediência à Lei.
As pessoas a quem Jesus dirige essa parábola estavam de fato muito interessadas em obedecer à Lei, já que apenas ouvi-la de nada adiantava (Rm 2.13). Contudo, elas não estavam igual mente preparadas nem para receber Aquele a quem o próprio Deus enviara e muito menos para aceitar que a Lei já havia cumprido o seu papel e um novo concerto estava sendo instituído (Jo 1.11; Mt 26.28; Gl 3.23-25; Hb 8.13). Talvez as pessoas desconhecessem que não se pode praticar apenas uma parte da vontade de Deus (Tg 2.10). Assim, a obediência a uma parte da Lei, acrescida da rejeição a Cristo, terminavam descambando para o legalismo e, na parábola que estamos estudando, tais atitudes equivalem a um "sim" meramente verbal, contrariando os fatos e, por conseguinte, a vontade de Deus (Jo 5.39-47).

2. A fé desobediente.
Certamente que entre os que ouviam a parábola, encontravam-se também muitos publicanos, meretrizes e pecadores que, ao contrário dos outros, alinhavam-se aos religiosos que não se arrependeram de seus pecados de forma legítima e autêntica. Eles estavam dispostos a receber algo de Jesus, mas não estavam interessados em obedecer a vontade de Deus. Se os religiosos são legalistas, estes segundos são os participantes do que poderiamos chamar de "graça barata". Porém, como vimos anteriormente, o verdadeiro arrependimento conduz à mudança de atitude. Ouem possui uma fé genuína, sem dúvida, desejará cumprir a vontade de Deus, ou seja, "escutará" suas palavras (Jo 8.47).

3. O discípulo faz a vontade de Deus.
Em João 15.14, Jesus é enfático ao ensinar que nós seremos seus amigos se fizermos o que Ele manda. Fazer a vontade de Deus era o eixo sobre o qual, supostamente, girava toda a religião de Israel. A Lei, ensinada pelos líderes religiosos da nação, era a expressão clara e escrita dessa vontade. Contudo, agora chegamos a uma revelação plena e perfeita da vontade de Deus através de Jesus Cristo (Hb 1.1-4). Ele anuncia a vinda do Reino e chama à conversão (Mt 4.17). Por isso, a vontade de Deus passa, afinal, através da Pessoa de Cristo Jesus. O Pai quer que os homens recebam aquEle que Ele enviou, pois quem recebê-lo receberá o próprio Pai (Mt 10.40; Rm 10.9). Não é possível obedecer à Lei sem receber a Cristo, pois Ele é o cumprimento da Lei (Rm 10.4). Também não se trata de desejar a Cristo, mas não querer obedecer a seus ensinos, pois os que realmente desejam a Ele e querem ser seus amigos, obedecem ao que Ele manda (Jo 15.14).

SÍNTESE DO TÓPICO III
A nossa amizade com Jesus depende de fazermos a sua vontade.

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO
"A qualidade da Educação Cristã, quando ela é encarada como uma ação intencional, torna o desígnio bíblico do 'assim falai e assim procedei' (Tg 2.12), uma preocupação legítima. Devemos perseguir esse modelo, pois do nosso Senhor Jesus Cristo 'aprendemos que o bom ensino implica em ajudar o aluno a assumir responsabilidades pelo que pensa e vive'. Assim, a práxis bíblica não só torna-se uma realidade no âmbito escolar dominical, como elimina aquilo que o mesmo David coloca; 'Numa onda em direção à credibilidade cognitiva, nosso ensino da Bíblia tem-se centralizado no 'saber' e não no 'ser', e ao fazê-lo, optou por programas que informam a mente sem formar o caráter'.

Essa denúncia dá conta de explicar o porquê de nossos alunos estarem tão desmotivados nas classes dominicais. O educador cristão que trabalha somente no plano cognitivo, ou seja, enchendo a mente dos educandos, sem importar-se com mudanças comportamentais, operacionais e ativas na vida deles, demonstra algo sintomático em sua própria vida, ou seja, inconsistência entre o que os seus lábios dizem e o que a sua vida demonstra. Com essa ação, diz Roy Zuck, o educador 'desliga' os educandos e vira-os em direção contrária àquela da prática- -teoria-prática cristã" (CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.332).

CONCLUSÃO
Por intermédio da parábola que estudamos hoje precisamos compreender o perigo da indiferença espiritual. Alguns pensam que podem confessar que amam a Deus com seus lábios e, ao mesmo tempo, viverem com o coração distante dEle. Pensam poder encontrar a Deus prescindindo de Cristo. Outros há que supostamente vivem na austeridade da Lei, mas não querem receber a Jesus. A obediência deve estar ligada à vontade de Deus. Para sair da indiferença espiritual, o ser humano precisa receber aquEle que Deus enviou ao mundo. A Pessoa de Cristo separa de forma bastante clara a humanidade perdida, composta até mesmo por religiosos que dizem fazer a vontade de Deus, mas não a fazem, daqueles que serão admitidos no Reino. 0 caminho é arrepender-se demonstrando isso com a consequente mudança de atitude, em direção à obediência a Deus.

PARA REFLETIR
A respeito de "O Perigo da Indiferença Espiritual", responda:

• A quem representam o primeiro e o segundo filho da parábola?
O filho que diz que será obediente à vontade do pai, nessa parábola, representa Israel, que não fez a vontade de Deus (Rm 10.21). Enquanto isso, o filho que diz que não vai obedecer, representa os publicanos e os pecadores, que, por se arrependerem de seus pecados, têm o direito de entrar no Reino de Deus antes dos judeus (v.31).
• Quais são os dois tipos de atitude que as respostas dos filhos representam?
De fato, os dois filhos representam, de forma emblemática, dois tipos de atitudes. O primeiro deles representa a adesão operativa precedida por uma negação que é apenas verbal. De forma inversa, o segundo tipo de resposta trata-se de um assentimento puramente verbal que não passa à ação.

• Em que consiste a obediência ao Senhor?
A obediência ao Senhor não consiste em proferir palavras estéreis e religiosas, mas em praticar a verdade revelada na Palavra de Deus de forma concreta e precisa (Mt 7.21).
• O verdadeiro arrependimento produz e conduz ao quê?
O arrependimento produz mudança de atitude, ou seja, conduz à prática.

• Você tem sido uma pessoa que honra a palavra empenhada?
Resposta pessoal.
Fonte: Subsídios EBD
Divulgação:http://escolabiblicadominicalbr.blogspot.com