22 de novembro de 2017

Lição 9 – Arrependimento e Fé Para a Salvação


Classe: Adultos
Lições Bíblicas: CPAD
Trimestre: 4° de 2017 – 26 de Novembro de 2017
Reverberaçãowww.sub-ebd.blogspot.com
TEXTO ÁUREO
"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo." (At 2.38)
VERDADE PRÁTICA
O arrependimento do pecador é o primeiro passo para receber, pela fé, a graciosa salvação de Deus.
LEITURA DIÁRIA
 Segunda - SI 51.1-3: O arrependimento abre caminho para o perdão de Deus
Terça - Is 30.15: Deus concede salvação ao que se arrepende
Quarta - Mt 3.8: Um convite para dar frutos dignos de arrependimento
Quinta - Lc 15.7: Há alegria no céu quando um pecador se arrepende
Sexta – 1Jo 1.9: Deus é fiel para justificar quem se arrepende dos seus pecados

Sábado - Ap 3.19: Um chamado ao arrependimento
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.37-41
37 E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?
38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
39 Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
40 E com muitas outras palavras isto testificava, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
41 De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.

HINOS 192, 292, 484 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Explicar que o arrependimento é o primeiro passo para receber, pela fé, a graciosa salvação de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao tópico l com os seus respectivos subtópicos.
- Mostrar que o arrependimento, mediante a ação do Espírito é uma mudança essencial para receber a salvação de Deus;
- Explicar que a fé salvífica é um dom de Deus;
- Compreender que o arrependimento e a fé são as respostas do homem à salvação.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado (a) professor (a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da fé salvífica e do arrependimento. Veremos que fé para a salvação é implantada em nossos corações pelo Espírito Santo a fim de que venhamos a receber a dádiva da salvação. Deus deseja que todos sejam salvos, contudo é necessário fé e arrependimento. Primeiro, o Espírito Santo faz nascer no coração do homem incrédulo a fé em Jesus e no seu sacrifício vicário. Depois, o mesmo Espírito nos convence dos nossos pecados, do juízo e da justiça de Deus, gerando o arrependimento. Então, é importante, no decorrer da lição, enfatizar que para, fazer parte do Reino de Deus é necessário fé e arrependimento.

INTRODUÇÃO
O arrependimento e a fé operam conjuntamente para a salvação. É o pecador arrependido que crê no sacrifício vicário de Cristo na cruz do Calvário. Essa fé leva o pecador arrependido a abandonar de vez a situação de pecado, para então ser perdoado e, experimentar assim, a paz de Deus em seu coração.
PONTO CENTRAL
Fé e arrependimento são essenciais para se fazer parte do Reino de Deus.
I - ARREPENDIMENTO, UMA TRANSFORMAÇÃO DO ESPÍRITO
1. Definição de arrependimento.
No Antigo Testamento, arrependimento significa mudança de ideia ou de propósito, no sentido de abandonar o pecado, voltando-se para Deus de todo o coração, alma e força (Ne 1.9; Is 19.22). Em o Novo Testamento, o verbo arrepender é mais fortemente expressado, pois significa "converter-se" ou "retornar", termos que expressam a mudança de mente, transformação do pensamento, da consciência, das atitudes, isto é, uma verdadeira metanoia - do grego, "mudança da mente, mudança do homem interior: a mudança profunda e radical da mente". Quando se passa pelo verdadeiro arrependimento há uma tristeza sincera pelo pecado praticado (2 Co 7.10) e posterior compromisso de abandoná-lo para abraçar a vontade de Deus.

2. O arrependimento na vida cotidiana.
O arrependimento nos das amarras do pecado, da culpa que escraviza e nos tira a alegria de viver. Ele nos leva a experimentar a cura da consciência cauterizada pelo pecado (1Tm 4.2). Assim, o arrependimento nos devolve a satisfação, a autoestima sadia (sem orgulho ou narcisismo) que resulta em alegria e paz no coração. Há na existência do cristão diversas áreas da vida que talvez ainda não tenham sido submetidas ao completo senhorio de Cristo, isto é, áreas que ainda não passaram pelo processo de arrependimento (Hb 12.17). Por isso a Palavra de Deus aconselha-nos a fazer um autoexame sincero (1Co 11.28a) para percebermos o que sorrateiramente nos contamina, pois "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?" (Jr 17.9).

3. A ação do Espírito Santo no arrependimento.
O Espírito Santo opera o arrependimento na conversão do ser humano (Jo 16.8). Somente Ele pode conhecer e esquadrinhar profundamente o coração do homem, e os que estão abertos ao seu mover podem perceber as situações que precisam de confissão sincera diante de Deus. Outrossim, a purificação do pecado por meio do arrependimento é uma condição que precede o batismo no Espírito Santo (At 2.37-39).
VEJA SOBRE: A ordem da Salvação na Perspectiva Arminiana
SÍNTESE DO TÓPICO l
O arrependimento é essencial para receber a salvação de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
O arrependimento e a fé são os dois elementos essenciais da conversão. Envolvem uma 'virada contra' (o arrependimento) e uma Virada para' (a fé). As palavras primárias, no Antigo Testamento, para expressar a ideia de arrependimento são shuv ('virar para trás', 'voltar') e nicham ('arrepender-se', 'consolar'). Shuv ocorre mais de cem vezes no sentido teológico, seja quanto ao desviar-se de Deus (1Sm 15.11; Jr 3.19), seja no sentido de voltar para Deus. A pessoa também pode desviar-se do bem ou desviar-se do mal, isto é, arrepender-se, O verbo nicham tem um aspecto emocional que não fica evidente em shuv; mas ambas as palavras transmitem a ideia de arrependimento.
Novo Testamento emprega epistrephõ no sentido de 'voltar-se' para Deus emetanoeõ/metanoia para a ideia de 'arrependimento' (At 2.38; 17.30; 20.21; Rm 2.4). Utiliza-se de metanaeõ para expressar o significado de shuv, que indica uma ênfase à mente e à vontade. Mas também é certo que metanoia, no Novo Testamento, é mais que uma mudança intelectual. Ressalta o fato de uma reviravolta da pessoa inteira, que passa a operar uma mudança fundamental de atitudes básicas.

Embora o arrependimento por si só não possa salvar, é impossível ler o Novo Testamento sem tornar consciência da ênfase deste sobre aquele. Deus 'anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam' (At 17.30). A mensagem inicial de João Batista (Mt 3.2), de Jesus (Mt 4.17) e dos apóstolos (At 2.38) era 'Arrependei-vos'. Todos devem arrepender-se, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23) (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 368).
II - A FÉ COMO UM DOM DE DEUS E COMO RESPOSTA DO SER HUMANO

1. A fé natural.
É a aceitação intelectual de certas verdades acerca de Deus, mas não acompanhada por um compromisso com o Evangelho (Tg 2.17). Essa fé é vivenciada pelas pessoas que até acreditam em Deus, aceitam que Ele fez todas as coisas, concordam que o sol se levanta pela manhã por provisão dEle, todavia, não dão o passo decisivo para a salvação. A Bíblia afirma que até os demônios creem e estremecem diante de Deus (Tg 2.19), o que significa que ter uma fé apenas teórica não representa muita coisa. As pessoas podem estar até cientes da vida eterna, mas ainda assim, não aceitar o sacrifício vicário de Cristo Jesus para lhes proporcionar a salvação.
2. A fé salvífica.
É uma atitude do intelecto e do coração para com Deus em que o homem abandona a vida de pecado para confiar exclusivamente na obra salvadora de Cristo na cruz (At 16.30,31; Gl 2.16). Logo, a fé salvífica não consiste somente em crer em algumas coisas, mas confiar na pessoa de Cristo (Jo 3.18). Ela é um dom de Deus (Ef 2.8), cujo autor é Cristo (Hb 12.2) e que se origina do ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), algo imprescindível para se obter a salvação (Jo 5.24). Embora um dom de Deus, a fé precisa ser exercida pelo crente para confirmar a sua salvação.

3. Os benefícios da fé.
A salvação é pela graça, mas a fé é o elemento indispensável (Ef 2.8-9) para obtê-la. É a porta de entrada das bênçãos oriundas da salvação, tais como: a justificação, a regeneração, a adoção, a reconciliação, o perdão, a santificação, a glorificação e a vida eterna. Além dos benefícios inerentes à salvação, a fé ainda abre as portas para a cura de enfermidades (Mc 16.18; Tg 5.15), o batismo no Espírito Santo (Mc 16.17; At 2.1-4), a vitória contra o mundo (1Jo 5.4), contra a carne (Gl 2.20), contra o Diabo (1Pe 5.8-9), a paciência (Tg 1.3) e a proteção contra os dardos inflamados do Maligno (Ef 6.16).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A fé salvífica é um dom de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Entre as declarações bíblicas sobre o assunto, esta é a fundamental: 'Abraão creu [heb. mon], no senhor, e foi lhe imputado isto por justiça' (Gn 15.6). Moisés ligou a rebelião e desobediência dos israelitas à sua falta de confiança no Senhor (Dt 9.23,24). A infidelidade de Israel (Jr 3.6-14) forma um nítido contraste com a fidelidade de Deus. A fé abrange a confiança. Podemos 'depender' do Senhor ou nEle 'fiar-nos' (heb. batach) com confiança. Quem assim fizer será bem-aventurado (Jr 17.7). Alegramo-nos porque podemos confiar no seu nome (SI 33.21) e no seu amor inabalável (SI 13.5). Podemos também 'refugiar-nos' (heb. casah) nEle, conceito este que afirma a fé (SI 18.30).

No Novo Testamento, o verbo pisteuõ ('creio, confio') e o substantivo pistis ('fé') ocorrem cerca de 480 vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23; Rm 3-3; Gl 5.22). Pelo contrário, normalmente funciona como um termo técnico, usado exclusivamente para se referir à confiança ilimitada (com obediência e total dependência) em Deus (Rm 4.24), em Cristo (At 16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de Cristo (Jo 1.12). Tudo isso deixa claro que, na Bíblia, a fé não é 'um salto no escuro'.
Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de Deus leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de Deus fiel. É o nosso sangue espiritual (Cl 2.20)" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 369,370).


CONHEÇA MAIS
Arrependimento
"Quando os olhos dos pecadores são abertos, não podem sentir senão remorsos no coração por causa do pecado, e uma grande inquietude inte­rior. O apóstolo exorta o povo a arrepender-se de seus pecados e confessar abertamente sua féem Jesus como o Messias, e ser balizados em seu nome. Assim, pois, professando sua fé nEle, rece­beria a remissão de seus pecados, participaria dos dons e das graças do Espírito Santo." Leia mais em "Comentário Bí­blico",de Matthew Henry, CPAD, p.888.

Ill - O ARREPENDIMENTO E A FÉ SÃO AS RESPOSTAS DO HOMEM À SALVAÇÃO
1. Arrependimento - condição para a salvação.
Jesus afirmou que para fazer parte do Reino de Deus é necessário o arrependimento (Mt 4.17). Zaqueu, o publicano, teve um arrependimento tão genuíno que prometeu dar aos pobres metade de seus bens e devolver quatro vezes mais caso houvesse roubado alguém (Lc 19.8). De modo que ele pôde ouvir do Senhor: "Hoje, veio salvação a esta casa" (19.9). Assim, o arrependimento é diferente do remorso; este é momentâneo e passageiro, aquele atinge o lugar mais recôndito do coração humano.

2.  Salvação por meio da fé.
A salvação é pela graça mediante a fé (Ef 2.8), uma condição necessária para se obtê-la, pois sem a fé não se pode crer no sacrifício vicário de Cristo. Assim, o arrependimento produzido pelo convencimento do Espírito Santo e a fé, como dom divino, exercida pela pessoa, operam conjuntamente para a glória de Deus.
3. Arrependimento e conversão.
O arrependimento faz parte do processo de conversão e abrange o ser humano por inteiro: o intelecto (Mt 21.29), as emoções (Lc 18.13) e a vontade (Lc 15.18,19). Portanto, a conversão é uma ruptura com antigas tradições e modos de vida abomináveis e pecaminosos. Agora, tudo se torna novo, surge outra pessoa nascida de novo (Jo 3.3). Isso significa que todas as esferas da vida humana assumem a virtude e a ética do Reino de Deus ensinadas por Cristo Jesus (Mt 5-7).

SÍNTESE DO TÓPICO III
O arrependimento e a fé são as respostas do homem à salvação.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Não podemos, obviamente, exercer a fé salvífica à parte da capacitação divina. Mas ensina a Bíblia que, quando cremos, estamos simplesmente devolvendo o dom de Deus? Seria necessário, para protegermos o ensino bíblico da salvação pela graça mediante a fé somente, insistir que a fé não é realmente nossa, mas de Deus? Alguns citam determinados versículos como evidências em favor de semelhante opinião. J. I. Packer diz: 'Deus, portanto, é o autor de toda a fé salvífica (Ef 2.8; Fp 1.29)'. H. C. Thiessen afirma que há um lado divino da fé, e um lado humano', e então declara: A fé é um dom de Deus (Rm 12.3; 2 Pe 1.1) outorgado sobrenaturalmente pelo Espírito de Deus (1Co 12.9). Paulo diz que todos os aspectos da salvação são um dom de Deus (Ef 2.8), e por certo a fé está incluída aí' (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 370).

CONCLUSÃO
Como nova criatura, "as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). Ao crente que experimentou essa conversão cabe esforçar-se para manter-se afastado do que outrora causou-lhe tanta dor, sendo o motivo de sua perdição. Agora, tudo é novo! Tudo faz sentido!

PARAREFLETIR
A respeito de arrependimento e fé para a salvação, responda:
• O que significa arrependimento no Antigo Testamento?
No Antigo Testamento, arrependimento significa mudança de ideia ou de propósito, no sentido de abandonar o pecado, voltando-se para Deus de todo o coração, alma e força.
• Qual é a ação do Espírito Santo no arrependimento do ser humano?
O Espírito Santo opera o arrependimento na conversão do ser humano (Jo 16.8). Somente Ele pode conhecer e esquadrinhar profundamente o coração do homem, e os que estão abertos ao seu mover podem perceber as situações que precisam de confissão sincera diante de Deus.
• O que é a fé natural?
É a aceitação intelectual de certas verdades acerca de Deus, mas não acompanhada por um compromisso com o Evangelho (Tg 2.17).
• O que é a fé salvífica?
É uma atitude do intelecto e do coração para com Deus em que o homem abandona a vida de pecado para confiar exclusivamente na obra salvadora de Cristo na cruz. Logo, a fé salvífica não consiste somente em crer em algumas coisas, mas confiar na pessoa de Cristo. Ela é um dom de Deus
• Qual é a abrangência do arrependimento?
O arrependimento faz parte do processo de conversão e abrange o ser humano por inteiro: o intelecto (Mt 21.29), as emoções (Lc 18.13) e a vontade (Lc 15.18,19).

SUBSÍDIO ADICIONAL
Fonte: Ensinador Cristão – n° 72
Os pentecostais concordam que o Arrependimento e a Fé são as respostas do ser humano ao chamado de Deus para a salvação. Segundo o teólogo pentecostal Daniel Pecota, o Arrependimento e a Fé são dois aspectos fundamentais da conversão.
Não há verdadeira conversão sem arrependimento, sem reconhecimento do erro praticado. Fazer essa autoanálise, por natureza, é constrangedor, doloroso e vergonhoso, mas é a partir desse gesto que o arrependimento começa refletir o processo de metanoia, ou seja, uma mudança de mentalidade, uma nova natureza tomando o lugar da antiga, o "novo homem" assumindo o lugar do "velho homem".

Da mesma forma, podemos dizer que não há verdadeira conversão se não houver a fé autêntica na pessoa bendita do Filho como o único Senhor, Salvador e Rei de nossa vida, pois ao reconhecermos a tragédia do nosso pecado, também reconheceremos que a única maneira de sermos salvos dessa tragédia é entregando-se a Cristo e aceitando a obra salvífica no Calvário que Ele fez por amor a nós. Essa fé não é natural, mas a que faz o ser humano se entregar por completo a Deus em pura confiança nEle. Assim como fez Abraão, que creu no Senhor e foi abençoado por Deus (Gn 15.6). Como Moisés que confiava inteiramente em Deus e corrigiu o povo que não confiava no Altíssimo com a mesma intensidade do legislador israelita (Dt 9.23,24).

Lição 8 – Salvação e Livre-Arbítrio


Classe: Adultos
Lições Bíblicas: CPAD
Trimestre: 4° de 2017 – 19 de Novembro de 2017
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TEXTO ÁUREO
Qual é o homem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher. (SI 25.12)
VERDADE PRÁTICA
O projeto primário de Deus foi salvar a humanidade. Todavia, de acordo com sua soberania, concedeu o livre-arbítrio ao homem.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Gn 3.1-6: Deus dá ao homem capacidade de fazer escolhas
Terça – Dt 30.19: A liberdade de escolher entre a bênção e a maldição
Quarta – Is 48.18: O povo escolhe não obedecer a Deus
Quinta – Rm 10.9: A salvação é pela graça, mas o homem precisa decidir aceitá-la
Sexta – Gl 5.1: O homem escolhe se submeter ou não ao jugo da escravidão
Sábado – Sl 119.30,31: O salmista decidiu andar pelo caminho da verdade

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 3.14-21
14 E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;
15 Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
19 E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
20 Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
HINOS SUGERIDOS: 27, 41,124 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Explicar que o projeto primário de Deus foi salvar a humanidade, contudo, de acordo com sua soberania, concedeu o livre-arbítrio ao homem.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao tópico l com os seus respectivos subtópicos.
I- Mostrar que a eleição bíblica é segundo a presciência divina;
II- Discutir a tese bíblica de Armínio a respeito do livre-arbítrio;
III- Conhecer a respeito da eleição divina e do livre-arbítrio.
Deus é soberano, amoroso e deseja salvar a todos indistintamente, mas isso não anula o direito de escolha do ser humano. O que coube a Deus fazer no plano perfeito da salvação Ele o fez, mas a parte do homem, que é pela fé decidir crer e aceitar o sacrifício de Jesus, ele precisa fazer. Deus criou seres autônomos, inteligentes e permite que suas criaturas escolham entre o bem e o mal. No plano perfeito da salvação, Cristo deu a sua vida por todos, mas somente aqueles que decidem crer serão salvos. Nesta lição estudaremos também a respeito do teólogo reformador Armínio, pois ele foi um dos que refutou duramente a teologia da predestinação de Calvino.
PONTO CENTRAL
De acordo com sua soberania, Deus concedeu o livre-arbítrio ao homem.

INTRODUÇÃO
Na cruz do Calvário, Jesus Cristo ofereceu a salvação indistinta e gratuitamente para todos os seres humanos (Ap 22.17). Por decisão pessoal, e liberdade individual, os que recebem a oferta de salvação são destinados à vida eterna, pois o Pai quer que todo homem se salve e que ninguém se perca (2 Pe 3.9).

I- A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DIVINA

1. A eleição de Israel.
A eleição no Antigo Testamento tem um significado mais específico que no Novo Testamento. Exemplo disso é o chamado de Abraão e sua descendência, que mais tarde formariam a nação de Israel. Deus chamou o patriarca e lhe fez promessas (Gn 12.1-3). Livre e espontaneamente, o "amigo de Deus" respondeu positivamente ao chamado. Entretanto, diante dele havia a possibilidade de não atender a essa convocação. Nesse sentido, é importante ressaltar que a eleição de Israel (Is 51.2; Os 11.1) é específica e pontual. Deus tinha um propósito de enviar o Salvador ao mundo por intermédio da nação judaica. Por ser pontual, específica e coletiva, a eleição de Israel não pode ser usada como base para fundamentar a salvação individual do crente, nem mesmo dos judeus, no sentido de Deus decretar uns para a vida eterna e outros para a eterna danação. Além do mais, por meio do livre-arbítrio que Deus deu a Israel, a nação chegou a perder algumas bênçãos prometidas porque se rebelou contra o Senhor e desobedeceu à sua ordem (Jr 6.30; 7.29). Segundo o apóstolo Paulo, isso nos serve de exemplo a fim de não repetirmos os mesmos erros do povo de Deus do Antigo Testamento (1Co 10.6,11).

2. A eleição para a salvação.
A eleição divina é o ato pelo qual Deus chama os pecadores à salvação em Cristo e os torna santos (Rm 8.26-39). Essa eleição é proclamada por meio da pregação do Evangelho (Jo 1.11; At 13.46; 1Co 1.9), pois o Altíssimo deseja que todos sejam salvos, respondendo afirmativamente ao seu chamado para a salvação (At 2.37; 1Tm 2.3,4; 2 Pe 3.9). Entretanto, as Escrituras mostram claramente que quem crer será salvo, mas quem não crer será condenado (Mc 16.16).
3. A presciência divina.
Presciência é a capacidade de Deus saber todas as coisas de antemão (At 22.14; Rm 9-23) e de interferir na história humana (Ne 9.21; SI 3.5; 9.4; Hb 1.1-3). Ele é soberano (Jó 42), provedor (SI 104) e sabe quem responderá positivamente ao convite de salvação (Rm 8.30; Ef 1.5). Deus proveu o meio de salvação para todas as pessoas, mas nem todas atenderão ao seu convite. Em sua soberania e presciência, estamos sob os seus cuidados, mas paradoxalmente, também desfrutamos do livre-arbítrio que Ele nos deu, o que aumenta mais a responsabilidade humana de obedecer à sua vontade (Rm 11.18-24).

SÍNTESE DO TÓPICO l
A eleição é segundo a presciência de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Qualquer estudo sobre a eleição deve sempre começar por Jesus. E toda conclusão teológica que não fizer referência ao coração e aos ensinos do Salvador, seja tida forçosamente por suspeita. Sua natureza reflete o Deus que elege, e em Jesus não achamos nenhum particularismo. Nele, achamos o amor. Por isso, é relevante que em quatro ocasiões Paulo vincule o amor à eleição ou à predestinação: 'Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição [gr. eklogên] é de Deus' (1Ts 1.4). 'Como eleitos [gr. eklektoí] de Deus, santos e amados... '. (Cl 3.12) - nesse contexto, amados por Deus. 'Como também nos elegeu [gr.exelaxato] nele antes da fundação do mundo... e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito [gr. eudokia] de sua vontade' (Ef 1.4,5). Embora a intenção divina não esteja ausente nesta última palavra grega (eudokia), ela inclui também um sentido de calor que não fica tão evidente em thelõ ou boulomai. A forma verbal aparece em Mateus 3.17, onde o Pai diz: 'Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo [gr.eudokêsa]'. Finalmente, Paulo diz: 'Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido [gr. heilato] desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade' (2 Ts 2.13). O Deus que elege é o Deus que ama, e Ele ama o mundo. Tornar-se-ia válido o conceito de um Deus que arbitrariamente escolheu alguns e desconsidera os demais, deixando-os ir à perdição eterna, diante de um Deus que ama o mundo?”(HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 363,364).

II- ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO

1. Breve histórico de Jacó Armínio.
Jacó Armínio (*1560 +1609) nasceu na Holanda, foi pastor de uma igreja em Amsterdã e recebeu o título de doutor em teologia pela Universidade de Leiden. Tendo sido envolvido numa disputa calvinista, desenvolveu uma tese bíblica a partir dos primeiros Pais da Igreja, que foi denominada de Arminianismo. Sua principal característica é a defesa do livre-arbítrio humano. Por esse posicionamento, enfrentou forte oposição, perseguição e falsas acusações por parte dos teólogos calvinistas. Entretanto, esse teólogo holandês sempre apresentou uma postura tolerante e não combativa, embora convicto de suas opiniões.

2. O livre-arbítrio.
O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da salvação. Isso quer dizer que cabe a cada um deixar-se convencer pelo Espírito Santo para ser salvo por Jesus ou não, embora Deus dê a todos a oportunidade da salvação. No Jardim do Éden, o Criador outorgou o livre-arbítrio ao homem (Gn 2.16,17); a Israel deu também essa prerrogativa (Dt 30.19); e à humanidade o Altíssimo possibilitou escolha entre o caminho da salvação ou o da perdição (Mc 16.16).

3. O livre-arbítrio na Bíblia.
Deus nos criou à sua imagem e semelhança (Gn 1.26). Logo, por Ele ser naturalmente Livre, também seus filhos possuem a faculdade de escolherem livremente. Por isso, o Criador sempre incentivou a nação a escolher o caminho da vida (Dt 30.19-20). Assim, segundo as Escrituras, se em Adão todos são predestinados para a perdição, em Cristo, todos são predestinados para a salvação: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo" (1Co 15.22; cf. Jo 1.12), pois "se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo" (Rm 10.9).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A principal característica do arminianismo é o livre-arbítrio.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-TEOLÓGICO
Professor (a), sugerimos que você reproduza o esquema ao lado no quadro (antes da chegada dos alunos à classe). Para a introdução do tópico, faça a seguinte pergunta: "O que é o arminianismo?" Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Depois, explique que tal termo se refere à teologia que foi elaborada pelo teólogo Jacobus Arminius. Logo após, mostre aos alunos o quadro com os cinco pontos básicos do arminianismo. Discuta com os alunos os pontos:

PONTOS BÁSICOS DA DOUTRINA DEARMÍNIO
1. A predestinação depende da forma de o pecador corresponder ao chamado da salvação. Logo: acha-se fundamentada na presciência divina; não é um ato arbitrário de Deus.
2. Cristo morreu, indistintamente, por toda a humanidade, mas somente serão salvos os que crerem.
3. Como o ser humano não tem a capacidade de crer precisa da assistência da graça divina.
4. Apesar de sua infinitude, a graça pode ser resistida.
5. Nem todos os que aceitaram a Cristo perseverarão.

CONHEÇA MAIS
Eleição divina e livre-arbítrio
Na Bíblia temos tanto a predestinação divi­na como a livre-escolha humana, em relaçãà salvação; mas não uma predestinação em que uns são destinados àvida eterna, e outros, à perdição eterna, [...]. “Por outro lado, a ênfase inconsequente à livre-vontade do homem conduz ao engano de uma salvação dependente de obras, conduta e obediência humanas.” Leia mais em Teologia Sistemática Pentecostal, CPAD, pp.368,69.

III - ELEIÇÃO DIVINA E LIVRE-ARBÍTRIO
1. A eleição divina.
A eleiçãé uma escolha soberana de Deus (Ef 1.5,9) que tem como objeto de seu amor todos os seres humanos (1Tm 2.3,4). Nãé uma obra que leva em conta o mérito humano, mas que éfeita exclusivamente em Cristo (Ef 1.4). Em Jesus, Deus nos elegeu com propósitos específicos: para pertencer­mos a Cristo (Rm 1.6; 1Co 1.9); para a santidade (Rm 1.7; 1PE 1.15; 1Ts 4.7); para a liberdade (Gl 5.13); para a paz (1Co 7.15); para o sofrimento (Rm 8.17,18); e para a sua glória (Rm 8.30; 1Co 10.31).

2. Escolha humana e fatalismo.
A graça comum (Rm 5.18) é estendida a todos os seres humanos, abrindo-lhes a oportunidade para crerem no Evange­lho, o que descarta a possibilidade de a eleição ser uma ação fatalista de Deus - Fatalismo: acontecimentos que operam independentemente da nossa vontade, e dos quais não podemos escapar. Ora, a eleição de Deus nãé destinada somente a alguns indivíduos, enquanto os outros, por escolha divina, vão para o inferno. Isso vai contra a natureza amorosa e misericórdia do Criador. Por isso, indis­tintamente. Ele dá a oportunidade para que todos se salvem (At 17.30), pois Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).

3. A possibilidade da escolha humana.
Há vários textos bíblicos que apontam para o fato de o ser humano ser livre para escolher: "todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16); "o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (Jo 6.37); "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rm 10.13). Uma das coisas mais belas da Palavra de Deus é que, embora o Altíssimo seja soberano, Ele não criou seus filhos como robôs autómatos milimetricamente controlados. O nosso Deus deseja que todo ser humano, espontânea e livremente, o ame de todo coração e mente.

SÍNTESE DO TÓPICO III
Deus nos elegeu, em Jesus, para pertencermos a Ele.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Ainda de acordo com a ideia de que o relacionamento entre o divino e o humano é uma via de mão dupla, a posição compatibilista de Lewis, que aventa o que chamei de ‘coexistência pacífica entre soberania divina e livre-arbítrio” ou 'compatibilidade incognoscível', é exemplificada pelo autor de As Crónicas de Nárnia, com a ideia de perdão. A ne­cessidade de tal ato da parte de Deus, 'move' a divindade e, 'Nesse sentido', diz ele, 'a ação divina éconsequência do nosso comportamento, [e] é por ele condicionada e induzida'. Lewis então questiona retoricamente: 'Será que Isso significa que podemos 'influenciar' Deus?' O anglicano acredita que é até possível responder afirmativamente caso se quiser e diz que, se isso for dessa forma, é preciso então que se flexibilize a noção de 'impassibilidade' divina, 'de forma que admita isso', aventando a hipótese de que o comportamento humano, de alguma forma, 'influencia' o Criador, 'pois sabemos que Deus perdoa muito mais do que entendemos o significado de 'impassível'. Assim é que, a respeito dessa questão, Lewis diz que prefere 'dizer que, antes de existirem todos os mundos, Seu ato providencial criativo (porque são uma coisa só) leva em conta todas as situações engendradas pelos atos de suas criaturas'. Mas, questiona, 'se Deus leva em conta nossos pecados, por que não nossas súplicas?' Isso significa que a oração, a súplica, move a Deus, Numa palavra, 'Deus e o homem não se excluem mutuamente, como o homem exclui ao seu semelhante no ponto de junção, por assim dizer, entre Criador e criatura; no ponto em que o mistério da criação — infinito para Deus e incessante no tempo para nós — ocorre de fato'. Isso significa que, 'Deus fez (ou disse) tal coisa' e eu fiz (ou disse) tal coisa' podem ambos ser verdadeiros'. Esta, inclusive, é a forma arminiana e pentecostal de crer. A soberania divina coexiste com o livre-arbítrio e qualquer tentativa de explicar como isso ocorre leva a equívocos e discussões desnecessárias" (CARVALHO, César Moisés.
O Sermão do Monte: A justiça sob a ática de Jesus. 1. ed. Rio de Janeiro; CPAD, 2017, pp.114,115).

CONCLUSÃO
O Evangelho é um presente ofere­cido a todas as pessoas, independente de méritos pessoais. Por isso o Senhor convida: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28). Os que aceitam a esse convite estão predestinados a "serem conforme a imagem de seu filho", Jesus Cristo (Rm 8.29). Deus deseja que todo ser humano seja salvo!

PARAREFLETIR
A respeito da salvação e livre-arbítrio, responda:
 Qual foi o propósito da eleição de Israel no Antigo Testamento?
A eleição de Israel é específica e pontual. Deus tinha um propósito de enviar o Salvador ao mundo por intermédio da nação judaica.

 O que é a presciência divina?
Presciência é a capacidade de Deus saber todas as coisas de antemão e de interferir na história humana.

 O que é o livre-arbítrio?
O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer es­colhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da salvação.

 O que é a eleição segundo a Bíblia?
A eleiçãé uma escolha soberana de Deus que tem como objeto de seu amor todos os seres humanos. Nãé uma obra que leva em conta o mérito humano, mas que é feita exclusivamente em Cristo (Ef 1.4).

 Qual é a vontade de Deus quanto à salvação do ser humano?
O nosso Deus deseja que todo ser humano, espontânea e livremente, o ame de todo coração e mente.