25 de abril de 2017

Refutando o texto BALEIA AZUL E SUICÍDIO

Refutando o texto BALEIA AZUL E SUICÍDIO

Pr. Jorge Nilson

Estive analizando este artigo, BALEIA AZUL E SUICÍDIO - Como prevenir e como lidar com o fato já consumado - Por Hermes C. Fernandes e fiquei procupado com a visão bíblica tosca deste pastor em relação ao suicidio. Faço uma anti-tese deste assunto.
Utilizando os desafios macabros dessa última onda “ A Baleia Azul”, este artigo introduz um tema importante porém, questionável nas bases que é proposto. Primeiro que suicídio é assassinar a si mesmo. Não podemos fazer juízo de valor naquilo que as Escrituras não faz. Mas, não podemos nos calar diante do que é ensinado nas páginas sagradas.
Mexer sentimentalmente com os leitores para aceitar suas “doutrinas”, é uma covardia e persuação perigosa. Falar da dor de uma  família, inserindo a dificuldade de dizer o que a Bíblia diz sobre o suicídio, para não aumentar o sofrimento da mesma é fugir com a verdade e com o verdadeiro amor cristão. Se realmente isso aconteceu com uma menina de 15 anos e uma pastora falou sobre o destino da alma desta adolescente no velório, ela faltou com a sensibilidade, mas não com a verdade. Bom seria que, em momento como esse,  mostrar a esperança da ressurreição dos mortos de maneira generica, sem especificar oocorrido e fazer juízo de valor sobre o destino da alma. Ou calar-se sobre o assunto.
Em um momento de lucidez, o articulador disse: ”Estou convencido de que a melhor maneira de prevenir o suicídio não é condenando suicidas ao inferno, e sim, nos oferecendo para ouvi-los e acolhê-los em sua luta interna. Há várias razões que levam alguém a desistir de viver. Antes de julgá-lo e sentenciá-lo, deveríamos considerar seus motivos, tentando nos imaginar em seu lugar”.
Ao relatar suas experiências em contato com alguns suicidas, ele mostra um preparo para lidar com estes acontecimentos. Ainda bem que Deus  usou-o para impedir que vidas fossem destruídas pelo suicídio.
Quanto à ouvinte  do programa de rádio, e do jovem homossexual que acusam a igreja de ser legalista, rejeitá-los, julgá-los, pode haver uma questão de insubordinação aos mandamentos bíblicos, ou uma aparente religiosidade. Sei que tudo pode ser verdade e tenho visto durante a minha caminhada cristã casos semelhantes. Mas o texto indica ser uma regra. E não é assim. Conheço casos de pessoas com essas práticas semelhantes que foram bem recebidas e apoiadas na igreja. Apoiamos sim as pessoas, não o seu comportamento, pois a Bíblia diz que devemos reprovar as obras das trevas.
Devemos dar palavras de vida e não de morte e condenação às famílias que passam por infortúnios como estes.
Quando o autor do texto passa a tratar sobre a Bíblia em relação ao suicídio, mostra realmente que sua teologia sobre a verdade bíblica, é confusa e fraca. Talvez o mesmo pensa que princípios é o mesmo que mandamentos. Onde tá na Bíblia que é proibido fumar? Em lugar nenhum. Mas, fala que somos templo do Espírito Santo, fala que devemos ser santos, que devemos manter o nosso vaso (corpo) puro e santo. 1 Co 3.17: “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado. O suicídio, sim, está no mesmo pacote de NÃO MATARÁS.
Poderia eu, sim,  utilizar pensamentos comuns e verdadeiros como este: “Tirar uma vida é errado, mesmo que seja a nossa. O suicídio é um ato de ódio contra o “eu”, assim como o homicídio é um ato de ódio contra outrem. O suicídio é tão errado quanto o homicídio porque viola o mandamento de amar a si mesmo, assim como o assassinato viola o mandamento de amar aos outros. O amor se opõe a ambos. O suicídio é um ato egoísta para terminar nossos problemas sem preocupação em ajudar os outros que também têm problemas”. Se essas palavras servirem, sim, utilizarei.
Agora vejamos os exemplos bíblicos de suicídios tratados por este artigo, verdadeiras tragédias, contadas como se fossem algo normal, para muitos  sofredores e insipientes de conhecimentos bíblicos:
 Tratar o caso de Abimeleque como exemplo de suícidio honroso, é uma desonra e merece nossa repugnância. Que honra tem um assassino, presunçoso, egoísta, rebelde? O mesmo matou 70 irmãos para reinar sozinho. Deus o castigou ao matá-lo por mão de uma mulher. Não aceitando o castigo de Deus, o mesmo se matou. Abimeleque não figura como heróis da fé.
Saul estava endemoninhado, lutando contra a vontade de Deus. Buscou uma feitiçeira para ajudá-lo na conversa com o espírito de  Samuel. I Cr 10:14 - e não buscou o SENHOR, pelo que o matou e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé. Também não há honra nesta morte e nem depois dela.
Simplesmente,  um resumo bem feito das desobediências de Saul: “Como resultado do coração impenitente de Saul (note Romanos 2:5), Deus afastou Seu espírito de Saul, e um espírito mau entrou nele. Dai em diante, a vida de Saul foi torturada e arruinada pela culpa. Ele se tornou paranóico, suspeitando de seu genro, Davi, e tramando matá-lo (veja Samuel 20:30-33). Ele assassinou 85 sacerdotes de Deus (1 Samuel 22) e resolveu consultar uma feiticeira (1 Samuel 28). Finalmente, ele se suicidou (1 Samuel 31). Saul demonstra o que acontece a uma pessoa que se recusa a confessar e arrepender-se do pecado. A culpa não confessada e abandonada, leva à insanidade”.
Aitofel “jogou” dos dois lados. Bate-Seba era neta de Aitofel e o mesmo ficou magoado por Davi matar o seu genro e tomar a sua filha como esposa, de um jeito vergonhoso. Mudou de lado, ficando com Absalão. Se matou de desgosto duplo: Não conseguiu se vingar de Davi, e o seu conselho foi rejeitado. Suicidou-se. Qual foi a honra dele?
Zinri, outro assassino, violento e egoísta. “E Zinri, seu servo, capitão de metade dos carros, conspirou contra ele, estando ele em Tirza, bebendo e embriagando-se em casa de Arsa, mordomo em Tirza. Entrou, pois, Zinri, e o feriu, e o matou, no ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá; e reinou em seu lugar. E sucedeu que Zinri, vendo que a cidade era tomada, foi ao paço da casa do rei e queimou-a sobre si; e morreu”, 1 Reis 16:181 Reis 16:9,10, 18.
O ponto culminante da insipiência bíblica deste artigo “BALEIA AZUL E SUICÍDIO - Como prevenir e como lidar com o fato já consumado - Por Hermes C. Fernandes”, vem agora, quando o assunto tratado é “o mais famoso caso registrado na Bíblia..., suicídio heróico. Sansão agiu como os camicazes...
O que diz a BÍBLIA:
“Então Sansão clamou ao SENHOR, e disse: Senhor DEUS, peço-te que te lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos”. Juízes 16:28.
Alguns consideram a morte de Sansão um exemplo de suicídio (Juízes 16:26-31), mas o seu objetivo era matar os filisteus e não a si mesmo. De fato Sansão morreu, mas não se suicidou. Matou-se porque dele veio a decisão de derrubar o Templo e morrer no desastre. Entretanto, sua motivação era de vida e esperança de libertação — pois cria que aquele ato poderia trazer livramento para o seu povo por algum tempo. Não foi uma decisão egoísta, presunçosa, e desprovida de temor a Deus. Observem, a oração de Sansão:
Então Sansão clamou ao SENHOR, e disse: Senhor DEUS, peço-te que te lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos. Juízes 16:28. Ele pediu a Deus força para vingar-se dos inimigos de Deus e não força para suicídar-se.  A sua morte seria consequência da destruiçao do templo de Dagon e não por suicídio. Ele deu a sua vida pelo seu povo. Isto é bem diferente de um suicída. Deus respondeu a sua oração dando-lhe o poder, pois os dons de Deus são sem arrependimento Rm. 11:29. Quanto tempo durou até Sansão resolver derrubar o templo?
Alguém disse com muita propriedade que “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a própria vida pelos seus amigos.” Jo:15.13; Zwínglio morreu combatendo o bom combate literalmente, deu a vida em favor da Reforma protestante na Suíça; Lutero arriscou o pescoço na Alemanha; Calvino foi perseguido na França, refugiando-se na Suíça; Knox escapou da morte nas galés para reformar a Escócia; Policarpo preferiu morrer queimado do que negar a Cristo; e tantos outros que não se importaram em perder seus bens e a própria viva em favor do evangelho e em defesa de seus irmãos!”.
 Sansão não diz: “morra eu para os filisteus”, e tampouco diz; “morra os filisteus para mim”, mas; “morra eu com os filisteus”. Sansão estava escravizado, mas tornou-se livre pela morte.
Qual destes relato bíblico de suicídios foi por ato de amor e obediência a Deus? Todos foram por abandono do temor a Deus.

O caso de Judas é sem comentário.
“Suicídio altruísta, heróico... Paulo... Este tipo de suicídio...” o que será que esse pastor comeu ou bebeu antes de escrever este artigo?
Como está escrito:”Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia;Somos reputados como ovelhas para o matadouro”. Romanos 8:36. Isto não é suicídio. É amor a Deus ao morrer, pelas mãos de outros. É diametralmente oposto do suicídio. E apenas um número muito pequeno, em comparação ao número de cristãos existentes no mundo.
Colocar o romance de “Romeu e Julieta” como justificativa para esse ato, é ridículo.  Não sou “suicída num certo sentido” e nem em qualquer outro sentido. Comparar Freud a Paulo igualando no mesmo sentimento em relação ao suicídio, a que devo chamar isso? Mente vazia? Desvio doutrinário? Apelação?
Podemos chamar as orações de Elias e Jonas de orações suicídas? Elias estava  fugindo de Jezabel; e Jonas, fugindo de quem? São momentos diferentes na vida deles. A mente humana realmente é complexa, vamos complexá-la mais ainda?
O que será que você quis dizer com: “Para a família do suicida, digo: Há esperança. Entre a tentativa do suicídio e a morte pode haver um tempo de arrependimento. Mesmo que em milésimos de segundo, alguém pode se arrepender. Entre o décimo andar do edifício até o chão é tempo suficiente para o Espírito Santo trabalhar na consciência de alguém. E ainda que não haja, Deus é justo e misericordioso”.
Acredito sim que o Espírito Santo pode trabalhar na vida do suicída mas, será isso um incentivo? Uma recomendação? Uma desculpa? Acredito na misericórdia de Deus também, mas se não houver o trabalho de arrependimento, o que quer dizer com Deus é justo e misericordioso?
O impacto moral do suicídio deve ser avaliado segundo a compreensão bíblica da vida humana: Deus criou a vida, e nós não a possuímos para usá-la e descartá-la como bem entendermos. O sexto mandamento também tem alguma coisa a dizer sobre o assunto. Um cristão, portanto, não deveria considerar o suicídio como solução moralmente válida para o infortúnio de viver num mundo onde existe dor física e moral.
O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. João 10:10


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