21 de abril de 2017

Casamento, Divórcio e Recasamento

Casamento, Divórcio  e recasamento

Pr. Jorge Nilson

É muito preocupante quando queremos ser mais santo que Deus. A bíblia diz no livro de Eclesiástes 7:16: “Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?” Isso serve para os que querem condenar todo o mundo ao inferno semelhantemente como fez o fariseu na sua “oração” em Lc. 18:9, “confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros”. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.” Lc.18;11 e 12.
Outrossim, é inquietante quando deixamos de ver as coisas como Deus ver. Deus ver o pecado como pecado, e muitos veem apenas como falha humana. Equilíbrio bíblico e cristão, deve ser a nossa maneira de viver.
Nestes últimos tempos está em cumprimento várias profecias sobre o esfriamento do amor, apostasia e doutrinas de demônios. Falsos ensinamentos e práticas pecaminosas tem sido largamente defendida por vários corações e mentes insipientes. Negligentes com o reto e divino ensinamento cristão, muitos púlpitos tem sido transformados largamente em tribunas mundanas, secularistas e destruidoras da fé cristã.


O casamento, que é uma criação exclusiva de Deus, além de está em constante ataque, tem sido alvo de deturpação e “proibição” (I TM 4:3). Muitos cristãos tem se destituídos da pureza do casamento. E cumpre-se na vida destes, o que está escrito em Lc. 17:26 e 27 que diz “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos”.
Quais são as semelhanças aos dias de Noé? Jesus disse: “Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”, v27. A expressão “casavam e davam-se em casamento” quer dizer, literalmente, casar e descasar-se seguidamente.


Os nossos dias não são diferentes dos dias anteriores ao dilúvio. As pessoas preocupam-se apenas com o seu bem-estar, sem colocar o crivo da Palavra do Senhor em suas vidas. Deus não é citado nesta passagem. O que prevalece é o homocentrismo, hedonismo, secularismo... Em 2 Timóteo 4.10, Paulo conta que Demas se perdeu, “amando o presente século (aion)”. Demas foi um obreiro que amou o secularismo.
Isso também chegou ao púlpito da igreja. A Prática do divórcio e o recasamento, agora fazem parte da estrutura organizacional de muitas igrejas. Quando não é tácita, é expressa essa aprovação.

A Assembleia de Deus do ministério Madureira “liberou” o divórcio entre os pastores.
Este documento emitido pela CONAMAD – CONVENÇÃO NACIONAL DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL MINISTÉRIO DE MADUREIRA,  comprova essa liberação ao casar-se e dar-se em casamento:




Mas não pensem vocês que essa prática, que ofende a Deus e a sua Palavra, agora oficial na CONAMAD, está apenas nesta convenção ou igreja. Há um silêncio monumental da parte dos atuais pregadores, e pastores, pois os mesmos não condenam essa prática de recasamento. É claro que cada caso deve ser analizado de maneira bíblica e cuidadosa.

Em algumas pesquisas que efetuei, tive que simplificar os textos abaixo para um melhor entendimento deste asunto.

Algumas preliminares e definições sobre este assunto devem ser ditas:

Prostituição é qualquer favor sexual entre um homem e uma mulher sem marido, feito por dinheiro ou por outras recompensas materiais.

Fornicação, num sentido 1, estrito, é qualquer favor sexual entre um homem e uma mulher sem marido, feito consensualmente, sem ser por dinheiro nem por outras recompensas materiais.

Fornicação, num sentido 2, mais amplo, é qualquer atividade sexual não permitida por Deus na Sua Palavra, a Bíblia (isto inclui fornicação num sentido restrito, adultério, prostituição, homossexualismo masculino e feminino (lesbianismo), bestialismo, etc.)

Casamento é a solene promessa mútua (explícita ou tácita, usualmente ante testemunhas e formalmente), entre um homem e uma mulher, de serem esposo e esposa, formarem um casal, uma família, serem uma só carne, indivisivelmente, com toda fidelidade prometida, até que a morte os separe.
Casamento não é o ato de o homem, pela primeira vez ou não, quer por estupro ou por fornicação consensual, ter favores sexuais de uma determinada mulher (virgem, ou viúva, ou divorciada, ou prostituta, ou que é fornicária com outros homens).

Adultério é quebra (de uma vez por todas fica quebrada) dos votos de um casamento. Adulterar é desrespeitar (de uma ver por todas fica desrespeitado), é infringir (de uma vez por todas fica infringido) o pacto de um casamento.

Adúltero é quem adulterou, é quem infringiu o pacto do casamento (seja o casamento do adúltero, ou o da adúltera).

Acontecimentos e Perspectivas bíblicas sobre o casamento

Casamento antes da queda: Deus não trata de morte, nem de divórcio. Simplesmente diz “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.
E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.
Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.” Gn. 2:18, 22-25. O casamento era INDISSOLÚVEL.

Casamento após a queda: Deus nunca aprovou a poligamia, apenas tolerava. A mensagem oral divina ainda prevalecia: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.”
O primeiro exemplo de poligamia / bigamia na Bíblia foi Lameque em Gênesis 4:19: “E tomou Lameque para si duas mulheres…”

Devido ao regime do patriarcado, na civilização antiga, a poligamia era praticada por questões culturais. Não havia ainda determinações divinas reveladas. Apenas o conhecimento do testemunho de Deus, pela natureza, em relação a sua existência. O senso comun e a questão cultural prevaleciam.
Várias ocorrências tragicas são relatadas na Bíblia, devido a essa prática. Vários homens importantes na Bíblia eram polígamos. Abraão, Jacó, Davi, Salomão e outros tinham várias mulheres.

Casamento após a promulgação da Lei:
Deuteronômio 24:1-4: “1 Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 E este também a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, 4 Então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.”

Quem garante que Deus aceita o divórcio com alegria? É mais grantido na Bíblia o desgosto de Deus em relação ao divórcio: Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais. Ml. 2:16. A visão principal bíblica é que não haja divórcio de forma alguma. Mesmo que exista o pecado da infidelidade, a perspectiva divina é que Deus odeia o divórcio.

As duas fases do casamento judeu eram as seguintes: a primeira, já indossolúvel (exceto por pecado sexual da mulher) ia da declaração pública do votos de fidelidade, até união dos corpos. A segunda fase seguia desde essa união de corpos, morar juntos, também indissolúvel, (salvo, por pecado sexual da mulher).
José e Maria estavam casados, mas não tinham relações sexuais Mt. 1:18, 19.

Apesar da Bíblia não tratar de casos específicos de divórcio, temos alguns “regimes” ou casos genéricos delineados que ajudam muito na análise das diversas situações. São eles o Regime Ordinário em que segue as seguintes diretrizes: Primeiro: qualquer que repudiar a sua mulher e se casar com outra adultera; Segundo: o que se casar com a repudiada adultera; Terceiro: se a mulher repudiar a seu marido e se casar com outro, adultera.

O Regime de Exceção: “Eu, porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério…” (Mt 19.9).

O Regime Misto: Em 1 Coríntios 7, depois de referir-se ao regime ordinário que é sempre o ponto de referência para qualquer discussão sobre o assunto, Paulo diz: “Aos mais digo eu…” (v.12). Em outras palavras, ele vai tratar de uma situação não coberta pelo regime ordinário, um caso especial. São os casamentos mistos, entre um cônjuge convertido e um não-convertido.

Muitos erros de interpretação resultam da aplicação dos textos em casos que não se enquadram no regime respectivo. Entretanto há uma pergunta em relação ao texto de Dt. 24:1, pois aparece apenas uma vez nos textos hebraicos:“Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa”.

Quem poderia dizer que coisa indecente é esta, quando o próprio texto não diz? Qual é o alcance dela? Que coisa indecente, vergonhosa, é esta?

Dentre as várias escolas de interpretação sobre este e outros  assuntos, duas se destacavam e certamente eram procuradas para dirimir algumas dúvidas sobre vários aspectos do Antigo Terstamento. São elas as escolas de Hillel (o Gamaliel de Atos 5.34 era neto de Hillel), e, do outro, Shamai. A escola de Hillel era uma escola bem liberal e, basicamente, interpretava essa palavra por qualquer coisa que incomodasse ao esposo. Conseqüentemente, os que seguiam a sua interpretação permitiam o divórcio por qualquer motivo. Por outro lado, Shamai era o representante de uma escola mais restrita e interpretava essa palavra como “fornicação”; para ele nenhum outro motivo era justificado para autorizar o divórcio.

 Mesmo nesta coisa indecente, ou nestas coisas indecentes, era com desgosto que Deus tolerava o divórcio. Entre os judeus naqueles dias, era um pecado na área moral-sexual, grave, mas bem menor que adultério, lesbianismo, bestialismo, etc., pois estes deviam ser punidos por apedrejamento. Há uma exposição de vários motivos, segundo alguns estudiosos, sobre essas coisas indecentes, tais como: "brincadeiras sexuais" da mulher com outro homem, antes do casamento;  exigir aberrações tais como sexo anal; sadismo ou masoquismo ou qualquer outra perversão; permanente e injustificadamente recusar-se a ter sexo com seu cônjuge; ou exigir pagamento ou impor pesadas condições para isto; exigir posições acrobáticas ou humilhantes; durante o ato conjugal, sussurrar palavras de amor a outra pessoa, ou exprimir repulsa/ zombaria/ insulto, ou gritar imoralidades a plenos pulmões para ser ouvida a grande distâncias; viver conversando pornografia, etc.

Como hoje não há apedrejamento: não se refere ao homem ter "deixado de vibrar" pela esposa, não se refere à "incompatibilidade de gênios", nem às dezenas de outras desculpas esfarrapadas e sem- vergonhas de hoje: refere-se a pecado grave na área moral-sexual. Além dos exemplos anteriores, podemos adicionar: adultério, lesbianismo, bestialismo, etc.

- Compare Mt 19:3-9, abaixo.

Dt. 24:2-4: (2) “Se ela, pois, saindo da casa dele, for e se casar com outro homem,(3) e este também a desprezar e, fazendo-lhe carta de divórcio, lha der na mão, e a despedir de sua casa; ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer;(4) então seu primeiro marido que a despedira, não poderá tornar a tomá-la por mulher, depois que foi contaminada; pois isso é abominação perante o Senhor. Não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança”.
Sempre devemos observar na Bíblia, o que é mandamento e o quer são condicionais. Não há ordem para o divórcio nestes versículos de Dt. 24:2-4. Limites estão sendo impostos para diminuir o mal. Observe:

SE um homem descobrir "coisa vergonhosa" na sua esposa, SE ele não puder perdoá-la, e SE ele a repudiar, ao menos dê-lhe carta de divórcio, e saiba (aqui está o mandamento!) que, SE ela vier a ser divorciada ou Se tornar viúva de casamento posterior, jamais poderá ser aceita por esposo anterior (aqui está o mandamento!). (Grifo nosso).

 Em Oséias 3 a bíblia mostra o ideal de Deus em que o cônjuge inocente perdoe, e por amor, mostre graça e compaixão pelo cônjuge infiel. Em Ml. 2:14-16 deixa bem claro que Deus odeia o divórcio. E aqui o Senhor disciplinou o divórcio que já era comum em Israel.


Mat 5:31-32. 31 “Também foi dito* (Este foi dito pelos homens, não por Deus): Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. (32) Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher (Isto sim, foi dito por Jesus), a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério. (Deus tolerou mesmo com desgosto, um divórcio iniciado pelo homem, em que a esposa cometeu um grave pecado)”.

* Este é dito dos homens, não de Deus, de modo algum: "O homem que quiser, divorcie-se de sua mulher, por qualquer motivo que alegue, desde que lhe dê carta de divórcio, para ela também ficar livre para recasar."

Quanto ao recasamento, isto é, casamento após o divórcio:

Se o homem for totalmente inocente (como isto é raro!) e a mulher ser culpada de grave pecado moral-sexual, Deus tolera com tristeza que a parte inocente volte a se casar (mas não com esposa que ele já divorciou e foi depois de outro homem.
Deus expressou não tolerar que a mulher culpada volte a se casar.

Deus não tolera, mesmo com desgosto, que a mulher divorciada e totalmente inocente (que coisa rara!) volte a se casar. Talvez aceite, com tristeza, como para com o homem inocente, mas ninguém pode ter esta certeza. A Bíblia também não trás nenhum exemplo de uma mulher crente, mesmo injustamente divorciada pelo seu marido, voltando a se casar com outro homem.

A melhor coisa a fazer, já que não existe permissão, nem exemplo bíblico em que uma mulher voltou a casar após o divórcio, então o melhor, o mais seguro, é a mulher realmente crente ir pelo lado da segurança... Isto é, reconhecer que Deus não aceita que haja o recasamento após o divórcio, estando o seu marido vivo. Ademais, há o terrível risco de que Rm 7:3 “De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido”, também se aplique à mulher divorciada (mesmo que seja  absolutamente inocente), ninguém tem certeza de que não.

A perspectiva de Mateus 19:3-12. É uma resposta de demanda de Jesus com os fariseus. (3) Aproximaram-se dele alguns fariseus que o experimentavam, dizendo: É lícito ao homem repudiar sua mulher por QUALQUER motivo? Vejam que os fariseus disseram por qualquer motivo. (4) “Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio [um] homem e [uma] mulher (uma só carne), (5) e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois UMA só carne? (6) Assim já não são mais dois, mas UMA só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem (a). (7) Responderam-lhe: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? (8) Disse-lhes ele: Pela dureza de vossos corações (o homem tem o coração duro para perdoar a mulher, ela o faz mais frequentemente) Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas não foi assim desde o princípio. (9) Eu vos digo porém, que qualquer que repudiar sua mulher (b) , a não ser por causa de FORNICAÇÃO, e casar com outra, comete ADULTÉRIO; e o que casar com a repudiada também comete adultério. (10) Disseram-lhe os discípulos: Se tal é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.  (11) Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem aceitar esta palavra, mas somente aqueles a quem é dado. (12) Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o”.

Sempre é bom ter em mente que "Porneia", em Grego, abrange qualquer pecado sexual: fornicação (mulher solteira), ou adultério (mulher casada), ou prostituição (mulher paga), etc.

Pela construção da frase, vemos que "comete adultério" não expressa algo contínuo, exprime apenas um ponto no tempo, não que o recasamento é um adultério CONTÍNUO. Por isso, não podemos exigir que um recasado, crente ou não, interrompa seu atual casamento.

Quando acontece um divórcio, (Deus nunca se alegra com o divórcio, é triste, é terrível, é...) o casamento se dissolve. Tornam-se ex. Se ambos ficarem sem recasar-se, acredito que podem retornarem ao casamento. Mas, se um dos ex casar-se, Deus não aceita que voltem ao convívio marital do casamento anterior Dt. 24:1-4.

Analizando Rm.7:3 este texto mostra que o marido ainda é dela, não fala de divórcio e sim de adultério. Caso contrário, seria seu ex-marido. Em João 4, Jesus disse a mulher samaritana que ela teve cinco maridos, não acredito que foi viúva de cinco maridos, Jesus não traria isso à tona. Mas agora ela vivia com um homem em total fornicação. Mas lembrem-se Jesus chamou-os de tiveste cinco MARIDOS. PORTANTO, CASAMENTOS VÁLIDOS.

Outro texto interessante falando sobre separação, divórcio e recasamento está em I Coríntios 7:10-15, 27, 39-40: “...que a mulher não se aparte do marido ; (11) se, porém, se apartar (no original, se for apartada, pois na Bíblia a mulher nunca se apartava, sempre era a decisão do marido) , que fique sem casar, ou se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. 12... Se algum irmão tem mulher incrédula, e ela consente em habitar com ele, não se separe dela. (13) E se alguma mulher tem marido incrédulo, e ele consente em habitar com ela, não se separe dele (às vezes a mulher tomava a decisão contrariando a tradição),  (14) Porque o marido incrédulo é santificado pela mulher... (15) Mas, se o incrédulo se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou a irmã, não está sujeito à servidão; pois Deus nos chamou em paz”. (O sofrimento de muitos irmãos com conjuges incrédulos, é a servidão referida neste texto, e não o permanecer solteiro. Pois os versículos 10 e 11 já diz para não apartar-se). (27) “Estás ligado a mulher? não procures separação... (39) A mulher está ligada enquanto o marido vive; mas se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.  (40) Será, porém, mais feliz se permanecer como está...”

Alguns dizem que mesmo separados (divórciados) ele ainda é o marido e ela ainda é a esposa. Mas Jesus disse disse à mulher samaritana: tiveste cinco maridos..

Outros interpretam que após o divórcio deixam de ser marido e mulher. Estamos tratando de uma perspectiva BÍBLICA e não na lei dos homens. É difícil colocar em prática assuntos relacionados a casamento, divórcio e recasamento.

Os três evangelho sinópticos tratam sobre este assunto (Mt 5.31,32; 19.3-9; Mc 10.2-12; Lc 16.18) mas somente Mateus trata sobre a cláusula de exceção “Eu, porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério…”Mt.19:9. Deus não ordenou o divórcio e nem Moisés, este apenas permitiu por causa da dureza de coração. Jesus deixou uma excecção muito limitada para o divórcio.

Ainda que para Deus o casamento é indissolúvel, Jesus reconheceu que existem atos tão fortes que comprometem o casamento. Mesmo assim, o Senhor Deus odeia o divórcio.

Os três regimes que existem em relação ao casamento e divórcio, o Regime Ordinário, o Regime de Exceção e o Regime Misto, seguindo nesta ordem, o que a igreja deve adotar?

Não podemos ignorar a cláusula de exceção que Jesus colocou: “Eu, porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério…” (Mt 19.9). Devemos aplicar também, quando necessário,  o que Paulo falou sobre o casamento misto: I Coríntios 7:10-15, 27, 39-40. Mas, sempre tendo em mente o regime ordinário.

Finalizando, coloco aqui um assunto um pouco mais delicado: um pastor deve casar-se novamente após um divórcio e continuar pastoreando uma igreja?

Existem postulantes ao santo ministério que ainda não foram trabalhados e preparados para assumir tão árdua tarefa. As responsabilidades são tantas, antes de assumir tal missão, imaginem após assumi-la.  

A Bíblia fala sobre o divórcio, e vimos sobre os regimes existentes. Em nenhum deles aprova o segundo casamento. Quando José soube que Maria estava gravida, ele intentou deixá-la secretamente. Mas lembre-se, eles ainda não tinham tido relações sexuais, pois estavam na primeira fase do casamento. José poderia largar Maria, se assim o fizesse, e poderia casar-se, pois ainda não haviam se relacionado sexualmente. Mas, se houvesse sexo, ele poderia deixá-la, Deus não aprovaria o divórcio, mas, se assim o fizesse,  deveria ficar sem casar-se.

Só em um pastor divorciar-se já é um impedimento ao ministério pastoral. Um pastor que trai a esposa, abandona-a e casar-se com a amante, piora muito a sua situação. Qual é o exemplo que eles, o novo casal de adúlteros, darão aos membros? Há várias razões para esse impedimento:

1      Ele não é exemplo dos fiéis.
         Ele não é irrepreensível.
         Ele não é marido de uma só mulher.
        Ele não tem autoridade para exortar nem aconselhar.
       Ele contradiz a própria palavra que prega por exercer, em rebeldia, uma posição para a qual Deus não o permitiu nem o chamou.

      Ele seria um desastre espiritual a médio e longo prazo para a igreja imatura que o aceitar.
     Ele desonra o gesto nobre de ex-pastores que abandonaram o ministério por fracassarem no casamento.
       Ele destruiu o modelo de compromisso eterno e indissolúvel entre Cristo e a igreja.
       Ele não pode celebrar nenhum casamento.
         Ele está contribuindo para a degeneração dos padrões familiares das gerações seguintes.

Não devemos admitir um pastorado de alguém que não teve como governar bem a sua casa. Aliás, nenhum cargo de liderança deve estes receber. Por extensão, eu diria que divorciado e novo cônjuge de divorciado não devem ter absolutamente nenhum cargo ou função que impliquem grau nenhum de liderança (formal ou informal) na sua igreja: não devem ser pastor, presbítero, diácono, membro da diretoria, presidentes de departamentos, maestros, solistas no coral, professores, palestrantes, líderes, etc..

Basta aos mesmos ficarem congregando e pedindo a Deus misericórdia pelas suas almas.  




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