6 de dezembro de 2016

Lição 11 - O Socorro de Deus para Livrar o seu Povo


11de dezembro
TEXTO ÁUREO
"Os justos clamam, e o SENHOR os ouve e os livra de todas as suas angústias." (Sl 34.17)

VERDADE PRÁTICA
Deus é fiel no cumprimento de todas as suas alianças e promessas

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Et 1.1-8Um banquete rico e glorioso
Terça - Et 1.9O banquete oferecido por uma rainha
Quarta - Et 1.10,11Um rei bêbado e uma crise
Quinta - Et 1.12:: A rainha recusa a ordem do rei
Sexta - Et 2.19Uma nova rainha deve ser escolhida
Sábado - Et 3.11,13Uma crise para exterminar os judeus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
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Ester 5.1-6
1 - Sucedeu, pois, que, ao terceiro dia, Ester se vestiu de suas vestes reais e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte do aposento do rei; e o rei estava assentado sobre o seu trono real, na casa real, defronte da porta do aposento.
2 - E sucedeu que, vendo o rei a rainha Ester, que estava no pátio, ela alcançou graça aos seus olhos; e o rei apontou para Ester com o cetro de ouro, que tinha na sua mão, e Ester chegou e tocou a ponta do cetro.
3 - Então, o rei lhe disse: Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará.
4 - E disse Ester: Se bem parecer ao rei, venha o rei e Hamã hoje ao banquete que tenho preparado para o rei.
5 - Então, disse o rei: Fazei apressar a Hamã, que cumpra o mandado de Ester. Vindo, pois, o rei e Hamã ao banquete, que Ester tinha preparado,
6 - disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? E se te dará. E qual é o teu requerimento? E se fará, ainda até metade do reino.
OBJETIVO GERAL
Ressalvar que Deus é fiel no cumprimento de todas as suas alianças e promessas.
HINOS SUGERIDOS: 369, 606, 607 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I.      Apontar a providência de Deus na história;
II.     Mostrar  como Ester foi colocada no palácio real;
III.   Explicar a crise sofrida pelo povo de Deus no livro de Ester.  

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Mediante o estudo da vida da rainha Ester, podemos ver o quanto Deus é fiel em todas as suas promessas. Ele guardou o seu povo, livrando-o da morte. O Senhor colocou Ester no palácio, tornando-a rainha para que intercedesse por seu povo. Com isso, aprendemos que nada em nossas vidas acontece por acaso. Todas as coisas cooperam para o nosso bem (Rm 8.28).
O povo judeu corria o risco de ser exterminado; se assim fosse, a promessa que Deus fez a Abraão não poderia se cumprir. Mas, o Senhor é fiel.  Se Deus tem promessas em sua vida, creia que Ele cumprirá. Não deixe que os "Hamãs" da vida venham impedir sua trajetória e amedrontá-lo.

INTRODUÇÃO
O nome de Deus não aparece no livro de Ester, porém o Senhor está presente em todas as circunstâncias, intervindo em favor do seu povo. Veremos que a história de Ester, Mardoqueu e dos judeus foi delineada pela providência divina. Na lição de hoje, veremos que Deus age em prol dos que o servem. 

PONTO CENTRAL
Deus livra o seu povo das crises.

I - A PROVIDÊNCIA DE DEUS
1. A providência divina na história de Ester. 
A palavra providência vem do latim providentia e o prefixo "pro" significa "antes" ou "antecipadamente". O sufixo videntia deriva de videre que significa "ver". Logo, ao tratarmos a respeito da providência divina, dizemos que Ele faz e vê tudo antecipadamente. Deus estava ciente de todos os incidentes ocorridos no Império Persa. O Senhor estaria colocando uma jovem judia no palácio de Assuero para que mais tarde seu povo fosse salvo da destruição. Tal verdade nos mostra que os pensamentos de Deus são mais altos do que os nossos (Is 55.9). Deus está no controle de todas as coisas. Nada em nossa vida acontece por acaso.
2. A festa do rei. 
Assuero era vaidoso, e, querendo ostentar sua glória, poder e riqueza a todos os súditos do império, decidiu fazer um grande banquete, que durou muitos dias, onde os convidados podiam comer e beber à vontade. Cento e vinte e sete províncias estavam representadas nesta festa. Assuero bebeu muito e, já dominado pela embriaguez, decidiu exibir a beleza da rainha Vasti para os convidados. 

3. A destituição da rainha. 
Vasti recusou ser exibida como objeto naquela festa profana. Não podemos nos esquecer que todos, ali, estavam bêbados. Aquele não era o ambiente para uma rainha. Então, ela  contrariou a ordem do rei; defendeu a sua posição, mas pagou caro por isso.

SÍNTESE DO TÓPICO I
Podemos ver a providência de Deus na história da rainha Ester.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Rebeldia de Vasti (Et 1.10-22)
A recusa de Vasti em obedecer as ordens de Xerxes foi vista como um precedente para as mulheres de todo o império. Xerxes divorciou-se de Vasti e emitiu um decreto; as mulheres deveriam obedecer a seus maridos. O decreto reflete um princípio profundamente enraizado ainda hoje no Oriente Médio. O marido governa a casa. Somente ele tem o direito de iniciar ou dar o divórcio. Os filhos do matrimônio pertencem ao marido e, quando o divórcio acontece, ele os mantêm. O desafio de Vasti a Xerxes foi assim uma ameaça à ordem social estabelecida" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 324). 

II - ESTER NO PALÁCIO DE ASSUERO
1. A busca de uma jovem para o lugar de Vasti. 
Passado algum tempo da destituição de Vasti, alguns servos de Assuero sugeriram que ele buscasse moças virgens e formosas para que uma delas substituísse Vasti. Comissários de todas as províncias trouxeram candidatas ao palácio de Susã. As jovens ficaram aos cuidados do eunuco Hegai, que era guarda das mulheres. Entre todas as moças levadas ao palácio estava uma judia de nome Ester. Essa jovem logo ganhou a simpatia do eunuco do rei (Et 2.9). 

Ester não estava somente participando de um concurso. O Senhor estava direcionando seus passos, ali no palácio, para algo grande. Ela fazia parte do desígnio de Deus para ajudar o seu povo. Mas talvez não imaginasse isso. Deus tem um plano em sua vida. Ainda que você não consiga compreendê-lo inteiramente, confie no Senhor!

2. Mardoqueu e Ester. 
Ester não chegaria ao palácio sem a ajuda de Mardoqueu, seu primo. Mardoqueu era um homem temente a Deus e estava entre os cativos judeus que serviam aos interesses do rei em Susã. Mardoqueu era um homem de fé e de profunda piedade espiritual; ele não havia perdido o sonho de libertação do seu povo e sabia que isto não aconteceria sem uma interferência de Deus. Era um homem que não recuava em seus propósitos ainda que isso lhe custasse a vida (Et 4.1,2). Mardoqueu deu uma excelente educação à Ester, cujos valores morais e espirituais serviram para torná-la um instrumento de Deus na salvação dos judeus.

3. Ester é escolhida para o lugar de Vasti. 
Chegou a vez de Ester apresentar-se diante do rei. Ela superou todas as moças que até então haviam sido apresentadas, pois achou graça diante do rei. Com certeza era bela, mas foi o Senhor que fez o coração do rei se inclinar para ela. Mardoqueu orientou Ester para que ela não contasse a ninguém que era judia.

SÍNTESE DO TÓPICO II
Deus colocou a rainha Ester no palácio do rei Assuero com um propósito específico.
 CONHEÇA MAIS
Hamã
Hamã é chamado de agagita. A tradição judaica identifica-o como um descendente do rei amalequita cujo povo Saul deixou de destruir (cf. Êx 17.8-14; 1 Sm 15.7-33). Mordecai era da tribo de Saul (cf. 2.5). Assim comentaristas rabínicos veem esse conflito como a luta histórica do povo judeu com os inimigos gentios, cujo ódio irracional persiste por milhares de anos." Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.325.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
A rainha
O rei persa nomeando Ester como rainha, ilustra como Deus pode mudar o coração dos ímpios para que eles cumpram seus propósitos (cf. Pv 21.1). Ester tinha agora condições de ajudar o seu próprio povo, o que se tornou necessário cinco anos mais tarde. Deus usou as decisões espontâneas das pessoas envolvidas, para proteger o seu povo (Et 4.4).

Embora Ester tivesse sido escolhida e coroada rainha do grande império persa, não se orgulhou, nem se envaideceu por causa da sua posição social e do poder que acabara de receber. Não desprezava os conselhos de seu tio, de condição humilde, nem menosprezou sua tradição espiritual. Pelo contrário, manifestava um espírito de mansidão, humildade e submissão após tornar-se rainha, como sempre fizera antes" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 758).

III - A CRISE CHEGA PARA O POVO DE DEUS
1. A trama de Hamã. 
Hamã era uma espécie de primeiro-ministro de Assuero. Ele era o segundo homem mais importante do reino. Hamã era mau e enchia-se de ódio quando Mardoqueu não se inclinava perante ele. Por isso, traçou um plano para destruir todos os judeu. Ele persuadiu Assuero a fazer um decreto, ordenando a morte dos judeus. O rei aderiu ao plano de Hamã. Então foi feito um decreto para que todos os judeus fossem mortos e seus despojos saqueados (Et 3.13-15). A crise havia chegado para os judeus, trazendo tristeza e lamento. Mardoqueu vestiu-se de saco e foi para a porta do palácio de Assuero (Et 4.1-6). 

2. Ester toma conhecimento da trama contra seu povo. 
Mardoqueu informou Ester acerca do decreto de morte do povo judeu. Ester disse que não poderia fazer nada, pois só lhe era permitido entrar na presença do rei caso fosse convidada. Então, Mardoqueu lembra-lhe de que ela foi colocada, pelo Senhor junto ao rei para aquele momento. Ele deixou claro que se ela não quisesse ajudar, Deus levantaria outra pessoa. A rainha não recusou ajudar seu povo. Ela pediu a Mardoqueu que reunisse todos os judeus a fim de jejuar por ela. Nos momentos de crise, não adianta lamentar e chorar. É preciso orar, jejuar e buscar a face do Pai até que Ele envie o seu socorro. 

3. A estratégia sábia de Ester.  
Depois de orar, jejuar e buscar estratégias em Deus, Ester colocou suas vestes reais e foi para o pátio interior da casa do rei. Ao vê-la, o monarca apontou seu cetro e Ester tocou-o na ponta. O rei, deslumbrado pela beleza da rainha, perguntou-lhe: "Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até a metade do reino se te dará" (Et 5.3). Ester convida o rei e Hamã para um banquete. Ester, então, informou ao rei que havia um plano para matá-la, bem como ao povo judeu e este plano havia sido tramado por Hamã. Isso enfureceu o rei. Ester desmascarou Hamã diante de Assuero. Hamã foi morto na forca que tinha preparado para Mardoqueu. 
O povo judeu foi salvo graças ao livramento divino e à disposição de Ester. Você está disposto a ajudar o país a sair da crise política e econômica em que se encontra? Então, ore e jejue em favor do Brasil. Peça a ajuda de Deus em favor dos milhares de desempregados e carentes que estão também em perigo, como o povo judeu.
SÍNTESE DO TÓPICO III
A crise chegou até os israelitas. Eles corriam sério risco de serem exterminados, mas o Senhor é fiel e livrou o seu povo da morte.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Hamã foi enforcado como resultado da justa intervenção de Deus, porém o decreto do rei, no sentido de destruir os judeus, continuava em vigor. Nem sequer o próprio rei poderia anular o decreto oficial. Mas, em resposta ao pedido de Ester, foi escrito um segundo decreto concedendo aos judeus  o direito de resistência armada e de defesa, no dia decretado para sua destruição. Em geral, Deus não operou o livramento do seu povo, sem a fiel participação deste;  porém, Ele está sempre com o seu povo para lhe prover livramento. Aqui, o livramento de Israel resultou da ação de Deus, com a cooperação de crentes fiéis.
Deus não somente capacitou os judeus a se defenderem , como também fez os habitantes das terras temerem dos judeus (cf. Et 9.2). Noutras palavras, o povo de Deus tornou-se mais respeitado devido à conspiração maligna de Hamã" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 763,764).

CONCLUSÃO
Aprendemos, por intermédio da história da rainha Ester, que Deus salva o seu povo quando nos dispomos a orar, jejuar e agir. O Senhor colocou Ester no palácio com um propósito definido. Ele também tem abençoado a sua vida com um objetivo: abençoar os que sofrem e correm risco de morrer. Ester cumpriu a sua missão. Então, deixe que os propósitos divinos cumpram-se em sua vida.

PARA REFLETIR
A respeito do socorro de Deus para livrar seu povo, responda:
· Segundo a lição, qual o significado da palavra providência?
A palavra providência vem do latim providentia e o prefixo "pro" significa "antes" ou "antecipadamente". O sufixo videntia  deriva de videre  que significa "ver". Logo, ao tratarmos a respeito da providência divina, dizemos que Ele faz e vê tudo antecipadamente.
· Por que Vasti se recusou comparecer ao banquete do rei?
Vasti recusou ser exibida como objeto naquela festa profana. Aquele não era o ambiente para uma rainha.
· Quem havia criado Ester e a levado até a fortaleza de Susã? 
Seu primo Mardoqueu.
· Qual a posição que Hamã possuía no reino de Assuero?
Hamã era uma espécie de primeiro-ministro de Assuero. Ele era o segundo homem mais importante do reino.
· Qual a atitude de Ester ao saber da sentença de morte contra o seu povo?
Ela jejuou e orou ao Senhor.


Fonte: Lições Bíblicas adultos, 4° trimestre de 2016 – CPAD
Divulgação:http://escolabiblicadominicalbr.blogspot.com.br/

SUBSÍDIO
Na lição de hoje, veremos claramente a cerca do socorro Divino para livrar os judeus do plano de extermínio, arquitetado por um certo Hamã (Ester 3). 

O livro de Ester é um exemplo da divina orientação e cuidado de Deus sobre nossa vida. A soberania e o poder de Deus são vistos em toda a extensão deste livro chamado ‘Ester’.
I. O LIVRO DE ESTER
1. QUEM ERA ESTER?
O nome Ester aparece 55 vezes no livro que leva o seu nome. Ester é um nome persa e significa estrela. Seu nome hebraico era Hadassa [que significa murta, o nome de uma planta] (Et 2.7). Ela foi uma jovem judia que substituiu Vasti, como rainha do rei persa, Assuero.
a) Ester foi criada pelo seu primo (Ester 2.5-7)
Certo homem judeu chamado Mardoqueu criara a Hadassa, que é Ester, filha de seu tio. Mardoqueu, da tribo de Benjamim, era bisneto de um homem chamado Quis, que fora levado para a Babilônia junto com o rei Jecomias (Jeoaquim) em 597 a.C. Após a morte de seu tio Abiail (Ester 2.15), Mardoqueu levou a órfã, filha de seu tio, para sua casa e a criou.
b) Resumo do livro de Ester
1. A História da Rainha Vasti (1.1-22)
2. Ester, Substituta de Vasti (2.1-23)
3. Hamã Conspira para Aniquilar os Judeus (3.1-15)
4. Intervenção Corajosa de Ester (4.1 — 7.10)
5. Os Judeus Vingam-se (8.1 — 9.19)
6. Instituição da Festa de Purim (9.20-32)
7. Mardoqueu em Posição de Autoridade (10.1-3)
VOCÊ SABIA (?)
O trecho de Ester 9.24 explica o nome purim (que está no plural) como «sortes». Mui provavelmente, essa palavra vem do assírio, puru, se não é que se trata de um substantivo nativo do hebraico. O puru era um seixo, usado no lançamento de sortes. 

Hamã, que planejava exterminar os judeus, lançou sortes a fim de determinar um bom dia para execução de seu maligno plano. Mas o curso dos acontecimentos não seguiu a sequência desejada, tendo sido revertido pela intervenção de Ester, diante do rei persa. E uma festa jubilosa judaica foi estabelecida para celebrar essa grande vitória dos judeus. Essa festa era observada nos dias 13 - 15 do mês de Adar (fevereiro-março). O livro de Ester é lido nas sinagogas até hoje, e a congregação solta gritos e vaias, cada vez em que é mencionado o nome de Hamã.

Essa festividade sempre foi popular entre os judeus, desde o seu início. Além da rememoração em geral, mediante a leitura do livro de Ester, e dos gritos e vaias, conforme se disse acima, o leitor do relato pronuncia todos os nomes dos filhos de Hamã de um só fôlego, a fim de indicar que foram enforcados juntos. No segundo dia da celebração há um culto religioso formal, são entoados hinos, há dramas e atos teatrais, e são apresentadas recitações. Alimentos e presentes são distribuídos entre os pobres como um gesto de generosidade, em memória da generosidade de Deus para com o povo judeu (ver Est. 9:19).

2.  DADOS DO LIVRO DE ESTER
Embora o nome de Deus não seja ali mencionado, o livro, evidentemente, tem o intuito de dar uma vívida demonstração de como a providência de Deus opera entre os homens, podendo reverter qualquer situação difícil.
a) Autor
O livro é anônimo, mas a tradição judaica tem procurado fazer algumas identificações. Alguns supõem que o próprio Mardoqueu tenha sido o seu autor ou, pelo menos, tenha sido um das principais fontes informativas.
Agostinho atribuía o livro de Ester a Esdras; mas os eventos ali registrados ocorreram depois de seu tempo. 
b) Data
Aproximadamente 470 a.C. Ester se tornou rainha em 479.
c) Caracterização Geral 
A significação do livro de Ester é que ele testifica a respeito da vigilância secreta de Yahweh sobre o povo disperso de Israel. 
O nome de Deus não ocorre neste livro nem uma vez sequer, mas em nenhum outro livro da Bíblia a Sua providência é mais conspícua. Os eventos historiados no livro de Ester cobrem um período de doze anos.
O livro de Ester foi escrito a fim de encorajar o remanescente dos exilados judeus, lembrando-os da fidelidade de Deus, que cumpriria as Suas promessas, feitas à nação.

II. O PLANO PARA EXTERMINAR TODOS OS JUDEUS (Et 3.1-15)

1. O NOME DO REI (Ester 1.1)
O nome é tipicamente hebraico é significa “homem poderoso” ou “olho poderoso”. O nome grego é Xerxes. Assuero é o rei persa mencionado em Ed 4.6. Tornou-se famoso por consolidar o império de seu pai, Dario, por seus bem sucedidos projetos de construção e por suas guerras contra os gregos. Ele governou de 486 a 465 a.C. O império medo-persa tinha três capitais: Susã, Ecbátana e Babilônia, mas os reis persas residiam geralmente em Susã.

No versículo inicial do livro de Ester, é dito que Assuero reinou sobre um império de 127 províncias que se estendiam da índia à Etiópia. Até recentemente, sua identidade permaneceu obscura como um enigma. Mas agora, graças a escavadores e decifradores, o mistério foi esclarecido e Assuero, definitivamente identificado. Ele é conhecido na história não bíblica como Xerxes, forma grega de seu nome persa. Este Xerxes reinou sobre o império persa de 485 a 465 a. C.
O território do Império Persa estendia-se desde o vale do rio Indus, no noroeste da índia, através de todo o Oriente Próximo até o norte da África, incluindo Egito, Líbia e Etiópia (em hebraico, Cuxe). A noroeste incluía a Trácia, a Cítia e toda a Ásia Menor, estendendo-se a leste até a Armênia, Urartu e Báctria.

2. A NOVA ESPOSA DO REI
Vasti foi destronada no terceiro ano do reinado de Assuero (1:3), que seria o ano 483. Em 479, o sétimo ano de seu reinado, Ester tornou-se rainha (2:16). Em 474, 12°ano do reinado de Assuero, Hamã idealizou o complô (3:7), portanto Ester era rainha havia cinco anos quando Hamã pôs mãos à obra. Xerxes foi assassinado em 465.

3. HAMÃ CONSPIRA PARA ANIQUILAR OS JUDEUS (Ester 3.1-15)
Através da expressão Hamã, filho de Hamedata, agagita (Ester 3.1), é que muitos intérpretes acreditam que Hamã era descendente do rei dos amalequitas, da época de Saul. 
Ele é o único homem com esse nome mencionado no Antigo Testamento (1Sam. 15.8). Mardoqueu, como Saul, pertencia à tribo de Benjamim, pelo que temos aqui uma antiga inimizade renovada. Matanças ferozes assinalaram a luta na antiguidade (Êx. 17.14,16) e uma guerra foi declarada contra aquela gente. O “oráculo de Balaão, em Núm. 24.7 (cerca de 1000 A. C.), predisse que Israel se levantaria ‘mais alto do que Agague”. Amaleque é enfaticamente amaldiçoado em 1Sam. 15.33. Talvez o livro esteja dizendo indiretamente que a antiga maldição continuava em operação e derrubaria o arrogante Hamã. Seja como for, o homem foi declarado inimigo dos judeus (v. 10).
O plano de Hamã foi diabólico, universal, não limitado à capital do império. Ele estava disposto a fazer uma “caça completa" no império persa inteiro, pois era um pequeno Hitler. Tendo apresentado essa ameaça, o autor sacro estava agora preparado para mostrar como a providência de Deus salvou os judeus por intermédio dos instrumentos humanos Mardoqueu e Ester.

4. O DECRETO PARA MATAR OS JUDEUS
Hamã decidiu destruir todos os judeus apenas por causa de sua malignidade em relação à Mardoqueu. Hamã e seus adivinhos lançaram a sorte para determinar o dia da execução dos judeus, e estipulou-se a data para quase um ano mais tarde! 
Assuero baixou a ordem de que todos os judeus deveriam ser executados (Et. 3.13). Mais tarde, reverteu esse decreto, no sentido de que fossem mortos todos os que queriam matar os judeus (Est. 8.11). Assuero, assim sendo, foi o aniquilador potencial dos judeus, mas, pelo poder de Deus, tornou-se o protetor daquele povo. Em tudo isso, Ester foi o instrumento que levou a essa mudança, a heroína de uma história que os judeus nunca esqueceram. A festa de Purim foi iniciada para que os judeus nunca a esquecessem.
Em Ester, vemos mais uma vez o ódio de Satanás pelos judeus. A nação judaica teria sido exterminada se o complô de Hamã desse certo. Imagine o que isso significaria para a aliança graciosa de Deus com Abraão. Todos os homens e as nações que tentaram eliminar os judeus fracassaram, assim como Hamã.

III. ESTRATÉGIAS PARA VENCER O PLANO DE EXTERMÍNO (Et 4.1-17; 5.1-8)
Alguns criticaram Ester por sua aparente falta de preocupação com a situação dos judeus. É verdade que Ester tentou mudar a mente de Mardoqueu quando ele começou a jejuar e a clamar (4:1-4). Contudo, devemos nos lembrar de que Ester ficava muito isolada dos verdadeiros assuntos da corte e havia um mês não via o rei.
A partir do momento em que soube do perigo que rondava os judeus, ela dispôs-se a cooperar com Mardoqueu. Com certeza, ela punha sua vida em risco, pois Xerxes era uma pessoa de humor variável e poderia matar Ester com a mesma facilidade com que depusera Vasti!
Embora Ester, no início, não demonstrasse a mesma fé na aliança de Deus que Mardoqueu, ela, com o correr dos acontecimentos, tornou-se uma mulher corajosa, cuja fé no Senhor era firme. E interessante observar que, enquanto Ester não tinha contato com Mardoqueu, as coisas corriam mal para os judeus, mas, quando ela começou a obedecer a Mardoqueu, tudo redundou em benefício dos judeus.

IV. A PROVIDÊNCIA DIVINA NO LIVRO DE ESTER
O propósito do livro é demonstrar o cuidado providencial de Deus com Seu povo. É importantíssimo perceber isso, pois aqui está o significado vivo e o valor permanente do livro.

1. DEFININDO A PROVIDÊNCIA 
A palavra “providência” tem origem no latim provideo, significando “eu vejo uma coisa antecipadamente” (pro = antes; video = vejo); assim, o significado original de providência é previsão. Como, porém, uma previsão sempre ocasiona atividade em relação ao que é previsto, providência adquire o sentido de atividade que procede da previsão. 
Em termos restritos, só existe um Ser com conhecimento prévio e, portanto, só Ele tem capacidade para agir com base na previsão. Em seu sentido absoluto, então, a providência é a previsão de Deus e a atividade divina que resulta disso. Isto implica que Deus exerce poder absoluto sobre todas as obras feitas por Suas mãos.

2. A DEMONSTRAÇÃO DA PROVIDÊNCIA
A crise à qual o livro se refere é providencialmente prevista e depois providencialmente vencida no momento crucial. Não é empregada qualquer intervenção milagrosa. 
Todos os acontecimentos registrados são resultados das circunstâncias em sua sequência natural. Todavia, embora não seja registrado qualquer milagre, todo o episódio, em sua essência, é um poderoso milagre — um prodígio através do qual um Deus soberano manipula todos os eventos não miraculosos de maneira a produzirem um efeito predeterminado. Isso é ainda mais miraculoso, pois provoca tal efeito sem necessidade de fazer uso de fatos extraordinários! Esta realidade misteriosa que chamamos providência, esta manipulação soberana de todos feitos comuns e não miraculosos que formam o cotidiano da humanidade e produzem, mediante processos naturais, aqueles resultados previamente determinados pela divindade — esse é o maior de todos os milagres. Isto é surpreendentemente confirmado neste Livro de Ester.

3. EVIDÊNCIAS DA OBRA PROVIDENCIAL
Ao estudar o livro de Ester, observe estas evidências da obra providencial de Deus: 
(1) a escolha de Ester para ser rainha entre todas as outras candidatas (2:15-18); 
(2) a descoberta de Mardoqueu do complô para matar o rei (2:21-23); 
(3) o sorteio do dia para matar os judeus resultar em uma data bem posterior, o que deu tempo para que Mardoqueu e Ester agissem (3:7-15); (4) as boas-vindas do rei a Ester após ignorá-Ia por mais de um mês (5:2);
(5) a paciência do rei com Ester ao permitir-lhe fazer outro banquete (5:8); 
(6) a insónia do rei que trouxe à luz o feito bondoso de Mardoqueu (6:1);
(7) a profunda preocupação do rei com o bem-estar de Ester quando tinha um harém à disposição dele (7:5). 

CONCLUSÃO
A paz reinou no palácio depois de Hamã sair do caminho. Mardoqueu recebeu a autoridade que, um dia, pertencera a Hamã, e agora todos sabiam que Ester era judia. No entanto, ainda havia um problema: o rei não podia cancelar seu decreto, e, em nove meses, os judeus seriam roubados e mortos (compare 8:8 com 3:13). Com certeza, vemos a providência de Deus no sorteio da data (3:7), pois isso deixou tempo para que o rei enviasse um novo decreto a todo o império. Mais uma vez, Ester implorou para que o rei agisse em prol da salvação de seu povo.
O rei virou-se para Mardoqueu e deu-lhe autoridade para agir em seu nome. O novo decreto permitia que os judeus se defendessem e destruíssem qualquer pessoa no reino que fosse inimiga dos judeus.
O rei não cancelou a lei anterior; apenas fez uma nova lei que suplantava a anterior. Isso é uma verdade na vida cristã: "a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus" (Rm 8:1-12) suplantou a lei de pecado e morte.
A mensagem trouxe alegria e libertação para os judeus quando eles a escutaram e creram nela. Eles sabiam que os persas não ousariam lutar com eles e incorrer na ira do rei. Na verdade, muitos persas disseram que eram judeus para escapar da punição!
O versículo 16 do capítulo 9, afirma que foram mortos 75 mil inimigos dos judeus. No 14° dia do mês, os judeus descansaram e regozijaram- se pela libertação que o Senhor enviara.

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