AVISO: a ÚLTIMA LIÇÃO (Lição 8)NÃO PUDE PUBLICAR DEVIDO A PROBLEMAS NO BLOG.
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
Título: Integridade Moral e Espiritual — O
legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 9: O prenúncio do Tempo do Fim
Data: 30 de Novembro de 2014
TEXTO ÁUREO
“E disse: Eis
que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; porque ela se
exercerá no determinado tempo do fim” (Dn 8.19).
VERDADE PRÁTICA
O tempo do fim não
é o fim do mundo, mas o tempo de tratamento de Deus com o povo de Israel,
prenunciando a vinda de Cristo.
HINOS SUGERIDOS
304,
334, 469.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Tt 2.13
O aparecimento do grande Deus
Terça - Dn 7.13
Cristo vindo em glória nas nuvens
Quarta - Mc 13.26
Cristo vindo com grande poder
Quinta - Mt 25.31,32
Jesus vindo em glória para julgar as
nações
Sexta - At 1.10,11
Os anjos afirmam que Jesus voltará
Sábado - Mt 16.27
Jesus vindo para julgar a cada um
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 8.1,3-11.
1 - No ano terceiro do reinado do rei Belsazar,
apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no
princípio.
3 - E levantei os meus olhos e vi, e eis que um
carneiro estava diante do rio, o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram
altas, mas uma era mais alta do que a outra; e a mais alta subiu por último.
4 - Vi que o carneiro dava marradas para o
ocidente, e para o norte, e para o meio-dia; e nenhuns animais podiam estar
diante dele, nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme
a sua vontade e se engrandecia.
5 - E, estando eu considerando, eis que um bode
vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode
tinha uma ponta notável entre os olhos;
6 - dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas
pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o
ímpeto da sua força.
7 - E o vi chegar perto do carneiro, irritar-se
contra ele; e feriu o carneiro e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia
força no carneiro para parar diante dele; e o lançou por terra e o pisou aos
pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão.
8 - E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas,
estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu
lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu.
9 - E de uma delas saiu uma ponta mui pequena, a
qual cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa.
10 - E se engrandeceu até ao exército
dos céus; e a alguns do exército e das estrelas deitou por terra e os pisou.
11 - E se engrandeceu até ao príncipe
do exército; e por ele foi tirado o contínuo sacrifício, e o lugar do seu
santuário foi lançado por terra.
INTERAÇÃO
“O tempo do fim”.
Há pessoas que têm arrepios quando ouvem tal expressão. Mas esta nada tem com o
fim do mundo. Todavia, parece que o tema escatológico do fim do mundo mexe com os
sentimentos das pessoas. Não por acaso, a indústria cinematográfica americana
tem investido bilhões de dólares acerca destes temários. No meio evangélico não
é diferente, pois não poucos autores e cineastas têm assustado pessoas fazendo
com que as profecias pareçam um filme de Hollywood. Quando ensinamos o oitavo
capítulo do livro de Daniel, a nossa perspectiva de ensino não pode ser a do
terror, mas a da esperança. Apresentando aos nossos alunos o triunfo do Reino
de Deus mediante o contexto profético apresentado no capítulo em estudo.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
· Conhecer
os símbolos proféticos do carneiro e do bode.
· Identificar
a visão do chifre pequeno.
· Compreender
o período do tempo do fim.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor,
após lecionar o primeiro tópico da lição, sugerimos que reproduza o esquema
abaixo. A ideia é reforçar o aprendizado dos alunos. De acordo com o esquema
elaborado e objetivando a assimilação das informações pelos alunos, é salutar
ao professor acrescentar ao esquema proposto figuras do bode, do carneiro e dos
impérios medo-persa e grego — as imagens podem ser identificadas na internet ou
adquiridas nas lojas da CPAD. A exposição oral do assunto conjugado ao esquema
e as figuras dos animais farão com que os alunos tenham sucesso no processo
ensino-aprendizagem. Boa aula!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Tempo: Período contínuo no qual os
eventos se sucedem.
No capítulo sete,
Daniel tem a visão dos quatro animais, cada um destes representando um império
mundial. No capítulo oito, que estudaremos nesta lição, o profeta tem sua
segunda visão. Ele viu um carneiro lutando contra um bode. Na verdade, este
capítulo repete muito da predição do capítulo dois, e especialmente do capítulo
sete. Todavia, o capítulo oito acrescenta detalhes importantíssimos quanto aos
períodos medo-persa e grego.
I. A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE (Dn
8.3-5)
1. A visão do
carneiro (Dn 8.3,4,20).
Esse carneiro simbolizava o império medo-persa (v.20). Segundo os
historiadores, no caso dos persas, os seus reis sempre levavam como emblema uma
cabeça de carneiro em ouro sobre a cabeça, principalmente quando passavam em
revista os seus exércitos. De acordo com a história, os medos haviam
prevalecido na guerra com a Babilônia. Dario foi o primeiro governante da união
entre a Média e a Pérsia. Porém, logo os persas prevaleceram em força e Ciro
tornou-se o rei do império.
O carneiro
identificado como o império medo-persa venceu e derrotou o império babilônico
quando Belsazar estava no poder. No mesmo dia em que Belsazar zombou de Deus ao
utilizar os utensílios sagrados do templo de Jerusalém, ele caiu nas mãos dos
medo-persas. Nota-se que há uma repetição do predito na visão do capítulo sete
sobre o segundo e o terceiro impérios, porém, Deus de maneira especial mostrou
a Daniel o que estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo
de Israel.
2. Os chifres do
carneiro. Os dois chifres do
carneiro não eram iguais, pois um dos chifres era maior que o outro. O maior
representava Ciro, o persa (v.3) e o menor representava Dario, da Média. Na
cronologia histórica, Ciro sucedeu a Dario. Eventos importantes aconteceram no
período desses dois reis até que o carneiro foi vencido, surgindo na visão de
Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (vv.5-7).
3. A visão do bode
(Dn 8.5-8).
A figura do bode, na mitologia do mundo de então, simbolizava o poder e a
força. Na visão de Daniel, o bode arremeteu contra o carneiro com muita força,
ferindo-o e quebrando os seus dois chifres. Segundo a Bíblia de Estudo
Pentecostal, “o bode representava a Grécia, e seu grande chifre refere-se a
Alexandre, o Grande (8.21)”. O carneiro foi totalmente dominado e humilhado.
Seus dois chifres foram quebrados e, após isso, ainda foi pisoteado sem
compaixão pelo bode. Foi uma profecia de completa sujeição e derrota do império
medo-persa pelos gregos.
Nos versículos oito
e nove, a “ponta notável” se quebra e surge em seu lugar quatro outras pontas
(ou chifres). Esses quatro chifres menores representam os quatro generais que
assumiram o império grego depois da morte de Alexandre, o Grande.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A visão do bode e do
carneiro refere-se respectivamente aos impérios medo-persa e grego.
II. O CHIFRE PEQUENO (Dn 8.9)
1. A visão da ponta
pequena. Na visão do
profeta Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis, “uma ponta mui
pequena” (v.9). Daniel percebeu que esta “ponta pequena” cresceu muito,
especialmente direcionada para a “terra formosa”, Israel. Essa “ponta pequena”
refere-se a Antíoco Epifânio que tornou-se um opressor terrível contra os
judeus. Ele surgiu da partilha do império de Alexandre e a ele coube o domínio
da Síria, Ásia Menor e Babilônia.
2. A ultrajante
atividade desse rei contra Israel (Dn 8.10,11). Os versículos dez e onze falam das
ações ultrajantes do “pequeno chifre” contra o povo de Deus, profanando o
santuário de Israel e tentando acabar com o “sacrifício contínuo” que Israel
fazia ao Senhor.
3. A purificação do
santuário (Dn 8.14).
Segundo a história, a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses
depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Deus é bom e
misericordioso. Mesmo seu povo sendo infiel, Ele iria purificá-los e
restaurá-los.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O chifre pequeno de
Daniel 8.9 refere-se à Antíoco Epifânio, um opressor cruel e terrível contra
Israel.
III. ANTÍOCO EPIFÂNIO, O PROTÓTIPO DO
ANTICRISTO
1. Antíoco
Epifânio. Por ora basta
dizer que este foi um rei da dinastia Selêucida (Babilônia e Síria) que
perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia. Trata-se do rei de cara feroz
descrito no versículo vinte e três. Este monarca cometeu tantas atrocidades
contra o povo de Deus, que muitos o veem como um tipo do Anticristo.
2. A visão do anjo
Gabriel (Dn 8.16).
O “Gabriel” mencionado no versículo dezesseis é um anjo que o Senhor enviou com
o propósito de explicar a Daniel a visão. Esse mesmo Gabriel também foi enviado
a Zacarias e, igualmente, a Maria, para anunciar o nascimento de Jesus (Lc
1.1-38). Como veremos, no capítulo nove ele aparece novamente a Daniel.
3. O tempo do fim
(Dn 8.17). Segundo a Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal, “o fim do tempo”, neste caso é uma alusão a
todo o período entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Os
governantes e impérios vistos por Daniel no capítulo oito já não existem mais.
Homens como Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios chegaram ao fim, pois
os reinos deste mundo são efêmeros. Somente um reino nunca terá fim — o reino
do Messias: “O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o
céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno,
e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Por perseguir os
judeus em Jerusalém e na Judeia, por cometer tantas atrocidades contra o povo
de Deus, Antíoco Epifânio é considerado por muitos estudiosos um tipo do
Anticristo.
CONCLUSÃO
Deus é soberano e a
história do mundo faz parte dos seus desígnios. Ele conhece toda a história,
começo e fim. O futuro do homem e do mundo está sob o olhar do Altíssimo.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.
SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por Versículo: As visões para estes últimos dias. 13ª Edição. RJ: CPAD, 2005.
STAMPS, Donald C. (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995.
SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por Versículo: As visões para estes últimos dias. 13ª Edição. RJ: CPAD, 2005.
STAMPS, Donald C. (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, 1995.
EXERCÍCIOS
1. Quais são os dois animais da visão do capítulo
oito?
R. O
carneiro e o bode.
2. O carneiro simbolizava qual império?
R. O
império medo-persa.
3. O que representava os dois chifres do carneiro?
R. Ciro,
o persa; Dario da média.
4. A ponta pequena do chifre refere-se a quem?
R. Essa
“ponta pequena” refere-se à Antíoco Epifânio que tornou-se um opressor terrível
contra Israel.
5. Alguns teólogos veem Antíoco como um protótipo de
quem?
R. Protótipo
do Anticristo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Histórico
“MEDOS, MÉDIA
Em Isaías 13.17,18
e Jeremias 51.11,28, foi predito o papel que os medos iriam desempenhar na
queda da Babilônia, embora nessa época os persas estivessem dominando. Daniel
também atribui aos medos um papel importante na queda da cidade da Babilônia
(Dn 5.30,31). Talvez em 539 a.C. os exércitos de Ciro o Grande fossem dirigidos
por um Dario, o medo, que ‘ocupou o reino, na idade de sessenta e dois’ (v.31).
Entretanto, é difícil identificar esse Dario, o medo. O estudioso J. C.
Whitcomb Jr. acredita que era o Gubaru das Crônicas de Nabonido” (PFEIFFER,
Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009,
pp.1242-43).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Histórico
“PÉRSIA
Os reis assírios
foram os primeiros a mencionar a Pérsia em seus relatos. Salmanaser III recebeu
tributo dos reis da Parsua em 836 a.C., Tiglate Pilaser III invadiu a Parsua em
737, e Senaqueribe lutou contra eles em Halulina em 681. Aquêmenes (Hakhmanish da
Pérsia) foi o ancestral epônimo que fundou a dinastia persa. Teispes, filho de
Aquêmenes, dois netos, Ariyaramnes e Ciro I, e um bisneto, Cambises, governaram
a terra natal, mas foram subordinados aos seus primos mais poderosos do norte,
os medos. A pátria deste povo de língua indo-europeia era chamada de Parsa, mas
eles a chamavam de Airyana, do sânscrito arya, ‘nobre’, e a partir daí o atual
Irã. O país situava-se a leste de Elão a partir do golfo Pérsico até o Grande
Deserto de Sal. Este povo passou pelo planalto do Irã e ocupou esta região no
início do primeiro milênio a.C.
Depois da queda de
Nínive, em 612 a.C., os medos controlaram todo o norte da Mesopotâmia. O
casamento de Cambises com a filha do rei medo Astíages, resultou no nascimento
de Ciro II. Este líder uniu as tribos persas e juntou forças com Nabu-na’id
(Nabonido) da Babilônia, em uma revolta contra os medos. Em pouco tempo, o
controle da Média caiu nas mãos de Ciro o Grande, em 547 a.C. ele venceu Creso,
o rei de Lídia que governava a Anatólia ocidental.
Ciro não fez uma
mudança radical quando tomou os reinos dos caldeus, mas instituiu reformas.
Colocou o templo da Babilônia sob sua própria administração, mas teve uma
atitude iluminada em relação às religiões que eram diferentes da sua. Os judeus
exilados não foram os únicos a receber liberdade religiosa e voltar para a sua
terra natal” (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico
Wycliffe. RJ: CPAD, 2009, pp.1515-16).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O prenúncio do Tempo
do Fim
O oitavo capítulo
de Daniel retrata os impérios Medo-Persa e Grego respectivamente. O carneiro de
dois chifres representa o império Medo-Persa. O Bode é figura do império Grego
e o grande chifre do bode refere-se a Alexandre Magno, o mais célebre conquistador
do Mundo Antigo.
Alexandre humilhou
o império Medo-Persa sem compaixão e piedade. Representado pelo grande chifre
do bode que foi quebrado, o imperador grego morreu prematuramente. A visão de
Daniel apresenta mais quatro chifres que cresceram no seu lugar. Eles
representavam os quatro generais que dividiram o império Grego em quatro
regiões, após a morte de Alexandre, isto é, Macedônia, Ásia Menor,
Síria-Babilônia e Egito. Entretanto, desses quatro chifres cresceu um pequeno
chifre que foi visto na figura de Antíoco Epífanes, o rei da Dinastia Selêucida
que governou a Síria entre 174 e 164 a.C.
Antíoco Epífanes
atacou as quatro regiões e suas respectivas potências militares. A história
confirma também o assassinato do sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d.C. e a
profanação do templo de Jerusalém. Daniel teve uma visão extensa e assustadora
ao ponto de lhe tirar a força física para fazer as coisas mais básicas da vida.
Mas era uma visão que devia ser guardada em segredo. Muitos estudiosos
concordam que o capítulo oito de Daniel traz um testemunho de uma profecia
histórica que se cumpriu parcialmente. A história teria testemunhado os
acontecimentos que os santos profetas, sem os conhecerem de antemão,
profetizaram em nome do Senhor. É bem verdade que o nosso Deus zela pela sua
Palavra.
A Bíblia diz que o
espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com a crueldade, a ignomínia e
a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o relacionam como um tipo do
Anticristo de que fala o Novo Testamento. Mas enquadrá-lo como Anticristo ainda
passa por especulação. Todavia, o que deve alegrar o crente são as vidas que
abrem os olhos espirituais e percebem por si mesma o benefício de crermos na
graça preciosa e suficiente de Deus, o nosso bendito e eterno Pai.
Aproveite a aula de
hoje para mostrar aos alunos como o nosso Deus relaciona-se com o Seu povo
escolhido. Somos a igreja de Deus, um povo escolhido e chamado por Ele para
anunciar as boas novas da vida eterna. Não permita que o seu aluno deixe a aula
sem este esclarecimento: o de que o Senhor, através do Seu Filho Jesus, e na
força do Espírito Santo, tem cuidado de nós.
Fonte: CPAD
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MAIS SUBSÍDIOS PARA A EBD
INTRODUÇÃO
O capítulo 8 de Daniel tem relação direta com os capítulos 2 e 7, mas diferentemente daqueles capítulos, estudaremos, nesta lição, que o profeta foi transportado em espírito até Susã, e também através do tempo. O caráter da revelação de Deus, consoante ao que estudaremos nesta lição, vai além da dimensão espaço-tempo. Na aula de hoje atentaremos inicialmente para as visões de Deus a Daniel, com ênfase no carneiro, o bode e o pequeno chifre. Mostraremos, ao final, que essas visões são prenuncio do tempo do fim, que alimentam a esperança da igreja.
1. A VISÃO DO CARNEIRO
A visão dada por Deus a Daniel aconteceu na história, no terceiro ano do rei Belsazar; em Susã, que era capital do reino da província de Elão, junto ao rio Ulai. A maioria dos estudiosos defende que essa não foi uma viagem literal, mas um translado espiritual, o profeta teria sido conduzido em espírito àquele lugar. Susã era uma cidade importante, mesmo depois da queda da Babilônia, isso porque os reis medo-persas habitavam naquela localidade três meses por ano. As visões dadas ao profeta apontam para o tempo do fim (Dn. 8.17), ao tempo que fora determinado por Deus para o desfecho de todas as coisas (Dn. 8.19), em dias distantes daqueles vivenciados por Daniel (Dn. 8.26).
Nessa visão é revelado a Daniel o surgimento de um rei que é o protótipo de Anticristo, alguém que prefigura aquele que no futuro assim se manifestará. Inicialmente é preciso destacar que esse pequeno chifre do capítulo 8 é diferente daquele do capítulo 7. O anticristo do capítulo 7 é escatológico, ele emergirá do império romano, enquanto que o anticristo do capítulo 8 sucederá os quatro reis da queda do império grego.
Diante da grandeza da revelação Daniel cai por terra, perdendo os sentidos, com o rosto por terra. Nessa visão Daniel trata a respeito de um carneiro, que aparece de três maneiras diferentes, com dois chifres (Dn. 8.3,20), descrevendo o império medo-persa, que sucederia para conquistar a Babilônia. O chifre mais alto descreve o poder dos persas, consolidado através de Ciro, o persa, que tomou o lugar de Dario, o medo. Esse carneiro descrito por Daniel é irresistível (Dn. 8.3,4), e que se engrandeceu (Dn. 8.4). Isso porque nenhuma força daquele tempo seria capaz de se opor ao governo medo-persa.
2. A VISÃO DO BODE
O bode da visão de Daniel revela um dos maiores governos da época antiga, trata-se de Alexandre o Grande, também denominado de Magno. Ele conquistou todo o mundo conhecido rapidamente (Dn. 8.5,21). Essa visão explicita o que historicamente é constatado em relação à história dos gregos. Alexandre expandiu o reino grego em pouco mais de dez anos, para isso destruiu o governo medo-persa. Em 334 a. C., Alexandre atravessou o estreito de Dardanelos e derrotou os sátrapas. Não muito tempo depois, em 333 a. C., derrotou Dario III na batalha de Issos. Em 331, venceu as forças medo-persas na batalha de Baugamela. Esse seria um líder poderoso, atestado na revelação de Daniel (Dn. 8.5). Por isso é descrito como “o chifre notável”, considerando sua disposição para a guerra. O profeta antecipa as vitórias de Alexandre sobre o império medo-persa (Dn. 8.6,7). Mas esse reino, como todos os outros que já passaram, também terá o seu fim.
Daniel aponta para sua ruina (Dn. 8.8), destacando que esse governo findará em decadência. Alexandre morreu repentinamente em 323 a. C, justamente no momento que pretendia reconstruir a cidade da Babilônia. Em consequência da sua morte, o império grego foi dividido em quatro partes, para quatro reis, sendo eles Casandro (Macedônia e Grécia no ocidente), Lísimaco (Trácia e Bitínia no norte), Ptolomeu (Palestina, Arábia e o Egito, no sul), e Selêuco (Síria e Babilônia no oriente).
3. O PEQUENO CHIFRE
Em seguida Daniel reporta um pequeno chifre, conforme já destacamos anteriormente, diferente daquele do capítulo 7. Esse é apenas um protótipo daquele, prefigura sua atuação que será mais intensa no futuro. O pequeno chifre do capítulo 8 é descrito a partir da sua procedência (Dn. 8.8-22). Ele se origina do bode, que é o império grego, advindo, portanto, do império de Alexandre. Para nós, os conhecedores da história, esse pequeno chifre é conhecido, ainda que não o fosse para Daniel. Ele é um precursor do anticristo que se revelará no tempo do fim.
Não podemos deixar de destacar que muitos anticristos já existiram, e muitos outros existem ou existirão (I Jo. 2.18). O pequeno chifre do capítulo 8 é reconhecido historicamente como Antíoco IV, chamado de Antíoco Epifânio, que reinou na Síria, entre 175 a a63 a. C. Como a maioria dos impérios humanos, se destaca pelo sentimento megalomaníaco (Dn. 8.11,25). Antíoco achou pouco ser um grande rei, quis fazer-se deus, por isso mandou fabricar moedas que tinha sua efígie. Além disso, destacou-se por ser um rei tirano (Dn. 8.9,10), um grande perseguidor do povo de Deus. Ele teve a audácia de profanar o templo do Deus de Israel, primeiramente se opondo a todos aqueles que considerassem o livro da Lei. Em 169 a. C., saqueou o templo e proibiu os sacrifício.
O templo de Jerusalém foi denominado de Templo de Júpiter Olímpico. Ele colocou sua imagem no lugar santíssimo e determinou que um porco fosse sacrificado naquele lugar. Como se isso não bastasse, obrigou os judeus a comerem a carne do porco, dentro daquele recinto.
CONCLUSÃO
A apostasia de Antíoco Epifánio aponta para o fim, o tempo no qual o anticristo imperará na terra (II Ts. 2.3,4). A igreja do Senhor Jesus não passará por esse momento sombrio, pois estará nos ares, celebrando as bodas com o Noivo. A grande esperança da igreja é o dia no qual a trombeta soará, os mortos ressuscitarão primeiro, e os que estiverem vivos serão transladados (I Ts. 5.13-18). Essas palavras servem de conforto para a igreja, e para todos aqueles que amam a vinda do Senhor (II Tm. 4.8).
BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. Daniel. São Paulo: Hagnos, 2005.
WEIRSBE, W. W. Be resolute: Daniel. David Cook: Ontario, 2008.
Publicado no blog Subsídio EBD